A prisão domiciliar decretada contra Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reverberou imediatamente no cenário internacional. Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já foi informado sobre a decisão e prepara novas sanções que podem atingir Moraes, seus familiares e até outros ministros da Corte brasileira.
De acordo com a emissora, o governo americano, sob influência direta de Trump, avalia ampliar as sanções previstas na Lei Magnitsky — legislação que permite punir estrangeiros acusados de corrupção e violações de direitos humanos — para incluir membros do Supremo Tribunal Federal além de Moraes, caso a medida seja referendada por decisão colegiada da Corte.
“Essa é uma decisão apenas de Alexandre de Moraes até o momento, mas a expectativa é de que a primeira turma do STF avalize a medida, o que abriria caminho para uma resposta mais ampla por parte dos Estados Unidos”, destacou a reportagem da CNN.
A própria fala recente de Moraes, durante a reabertura dos trabalhos do STF, foi citada como indicativo de que decisões relevantes, como a prisão do ex-presidente, passariam pelo crivo dos demais ministros. “Eu não tomarei decisões sozinho. O Supremo é um tribunal colegiado”, afirmou Moraes à época.
O clima de tensão é crescente. Fontes do STF ouvidas pela emissora admitem preocupação com os desdobramentos diplomáticos e jurídicos das sanções, especialmente se envolverem familiares dos magistrados.
No centro da crise, a prisão de Bolsonaro foi justificada pelo ministro como descumprimento de medidas cautelares, entre elas a proibição de usar redes sociais diretamente ou por terceiros. Segundo Moraes, o ex-presidente teria usado perfis de aliados para incentivar atos antidemocráticos.
Enquanto isso, no Brasil, aliados de Bolsonaro como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) reagiram com veemência à prisão, classificando-a como “ditatorial” e exigindo responsabilização de Moraes.
A expectativa é de que, nas próximas horas, o governo dos Estados Unidos anuncie novas medidas com base na política externa de sanções. Se confirmadas, as punições podem ampliar a crise entre o Brasil e setores conservadores do governo americano ligados a Trump — especialmente em ano eleitoral nos EUA.
