Desde a noite de quarta-feira (11), o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, vive um cenário caótico após a detecção de drones na cabeceira da pista, que interromperam pousos e decolagens por quase duas horas. A ação provocou o desvio de voos para aeroportos próximos e atrasos em diversas operações, impactando centenas de passageiros.
Conforme relatos, muitos viajantes passaram horas em longas esperas, enfrentaram remarcações, e se viram sem assistência adequada por parte das companhias aéreas, permanecendo em bancos ou até no chão do terminal, sem acesso a alimentação ou informações claras sobre seus voos. O analista de segurança da informação Brener Garcia, que viajava de Dublin para Belo Horizonte, está há mais de 40 horas em trânsito. "Estou cansado, só queria chegar em casa, e ainda não sei se o voo das 17h55 vai ser mantido ou cancelado", disse.
A Polícia Militar informou que, por volta das 20h30, funcionários do aeroporto avisaram sobre três pessoas operando cerca de seis drones perto da área restrita da pista. Mesmo após reforço no patrulhamento, os drones continuaram sobrevoando a região até as 22h45. Até o momento, ninguém foi detido. A suspeita inicial é que os drones estivessem sendo usados para monitorar voos com pessoas ligadas ao tráfico de drogas.
Por medida de segurança, voos foram desviados para aeroportos como Viracopos (Campinas) e outras capitais da região. A LATAM suspendeu o embarque de um voo e teve mais de 20 operações afetadas. A Gol cancelou dois voos e alterou o trajeto de dez outros, e a Azul teve que desviar voos para Ribeirão Preto e Viracopos.
Em nota, as companhias afirmaram que prestam assistência aos passageiros conforme as normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e lamentaram os transtornos. A GRU Airport reforçou que a operação dos drones nas proximidades coloca em risco a aviação e a segurança das pessoas, e que as autoridades já foram acionadas, com as operações normalizadas.
A Polícia Civil de São Paulo também acompanha a investigação do caso.