A crise nas finanças públicas do Brasil ganhou novos contornos com a divulgação de dados alarmantes pelo Banco Central.

 

Segundo relatório apresentado na última sexta-feira (30), as empresas estatais federais acumularam um prejuízo consolidado de R$ 2,73 bilhões entre janeiro e abril de 2025 o maior déficit registado para o período desde o início da série histórica, em 2002.

 

O resultado representa um agravamento de 62,8% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, quando as perdas somaram R$ 1,678 bilhão.

 

A trajetória descendente não é novidade. Já no primeiro quadrimestre de 2023, início do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o rombo alcançava R$ 1,842 bilhão.

 

Desde então, os resultados fiscais das estatais têm-se deteriorado trimestre após trimestre, consolidando uma tendência de enfraquecimento da sua saúde financeira.

 

O mês de abril de 2025 trouxe outro marco negativo. Sozinho, foi responsável por R$ 1,4 bilhão em perdas o pior desempenho mensal já registado para abril.

 

A persistente deterioração das contas públicas coloca em xeque as promessas governamentais de contenção de despesas e cumprimento do novo arcabouço fiscal.

 

A sucessão de prejuízos mina a confiança dos investidores e pressiona ainda mais o Tesouro Nacional, que já enfrenta os reflexos do crescimento da dívida pública. Em outubro de 2024, esta ultrapassou os R$ 9 trilhões, correspondendo a 78,6% do Produto Interno Bruto.

 

Os números apontam para um cenário de incerteza fiscal crescente, onde o discurso de responsabilidade orçamental se distancia, a cada novo relatório, da realidade económica do país.