O Senado Federal foi palco de mais um episódio de tensão nesta semana. Durante audiência na última terça-feira (27), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, travou um embate com senadores Omar Aziz (PSD-AM), Plínio Valério (PSDB-AM) e Marcos Rogério (PL-RO), em uma discussão marcada por acusações, tom exaltado e interrupções.
Em meio à repercussão, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) decidiu se pronunciar nesta quarta-feira (28), repudiando a forma como Marina foi tratada pelos colegas de plenário. Em tom emocionado, Contarato pediu desculpas públicas em nome do Senado e classificou o episódio como reflexo de preconceitos enraizados na política brasileira.
“Não quiseram silenciar apenas a ministra de Estado, mas todas as mulheres. Eu, como parlamentar, não poderia me omitir diante da gravidade do que aconteceu”, afirmou.
O senador também comparou a situação com episódios passados na CPI da Covid, lembrando que comportamentos agressivos de parlamentares homens eram normalizados, enquanto senadoras eram rotuladas de "descontroladas".
Por outro lado, o episódio expôs novamente as tensões que Marina Silva costuma enfrentar no Congresso, onde suas posturas e projetos ambientais frequentemente dividem opiniões, especialmente entre parlamentares da região Norte e setores produtivos. Para opositores, o tom da audiência refletiu insatisfação com a condução da pasta e as dificuldades impostas por políticas ambientais ao desenvolvimento econômico de várias regiões.
A manifestação de Contarato, embora tenha recebido apoio de aliados governistas, também foi vista por críticos como uma tentativa de desviar o foco das cobranças feitas à ministra.
O episódio reforça o clima de disputa dentro do Congresso, onde temas ambientais seguem sendo terreno de embates duros, ideológicos e, por vezes, pessoais.
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