O ex-presidente Fernando Collor de Mello surpreendeu durante a audiência de custódia realizada na manhã desta sexta-feira (25), ao afirmar que não possui doenças e nem faz uso de medicamentos de uso contínuo. A declaração contrasta com o argumento apresentado por seus advogados ao Supremo Tribunal Federal (STF), que pedem a conversão da pena para prisão domiciliar alegando comorbidades graves.
A defesa de Collor solicitou ao ministro Alexandre de Moraes a mudança de regime, destacando que o ex-presidente, de 75 anos, sofre de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar, além de depender de medicações diárias e equipamentos médicos. Na audiência, conduzida pelo juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, o ex-presidente negou qualquer problema de saúde.
Procurada, a defesa minimizou a contradição e reafirmou as condições clínicas do ex-presidente, com base em laudo médico assinado pelo neurologista Rogério Tuma. “Ele efetivamente tem Parkinson e as demais comorbidades. Não há nada de excepcional nisso”, declarou o advogado Marcelo Bessa.
Diante do pedido, Moraes determinou que a direção do Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió, informe, em 24 horas, se possui estrutura para atender às necessidades médicas de Collor. Após essa resposta, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, deverá apresentar parecer, e somente então o ministro decidirá sobre a concessão de prisão domiciliar.
Até lá, Collor segue detido em cela individual na ala especial do presídio, reservada a ex-presidentes da República.
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