O vice-prefeito de Várzea Grande, Tião da Zaeli (PL), respondeu de forma direta às críticas sobre a criação de 12 cargos comissionados para seu gabinete, recentemente aprovada pela Câmara Municipal. Em entrevista à rádio Cultura, ele negou qualquer tentativa de transformar a estrutura pública em um “cabide de empregos” e garantiu que sua atuação na administração municipal é efetiva e transparente.
“Não é para criar cabide de emprego. Desafio qualquer um a provar que tenho parente na prefeitura. Pedem [emprego], claro, mas eu sempre digo: prefeitura não é lugar para isso”, disparou Zaeli, ao reforçar seu compromisso com a ética no serviço público.
A medida gerou questionamentos por parte de opositores e da população, especialmente pelo fato de que, tradicionalmente, vice-prefeitos não exercem funções executivas. No entanto, Zaeli argumenta que sua rotina à frente de demandas estruturais e administrativas justificam a necessidade de uma equipe própria.
“Hoje estou ajudando a prefeita em várias frentes, inclusive na Secretaria de Educação e no DAE (Departamento de Água e Esgoto), que é um dos maiores desafios da gestão. A população sabe que estou presente. Recebo demandas de empresários e da comunidade todos os dias. Não tenho como atender a tudo sozinho”, afirmou.
O vice-prefeito também enfatizou que não compactua com práticas políticas oportunistas e que sua atuação sempre foi pautada pela coerência entre discurso e prática. “Dou suporte à minha família com o meu trabalho, mas não dou emprego público. O que defendo no microfone, cumpro na prática. Não sou hipócrita”, completou.
Zaeli ainda destacou seu bom relacionamento com o setor produtivo e apontou que a ampliação de sua equipe é necessária para responder com agilidade às demandas que chegam diariamente. “Tenho trânsito com empresários e instituições. Preciso de estrutura para dar suporte à prefeita e atender essas cobranças. A cidade cresce, e a gestão precisa acompanhar esse ritmo.”
A proposta de ampliação do gabinete foi enviada à Câmara pela prefeita Flávia Moretti (PL) e aprovada pelos vereadores na semana passada. O projeto prevê a criação de cargos de assessoramento para atender o gabinete do vice-prefeito, sem, segundo ele, qualquer relação com favorecimento político.
A discussão sobre o uso de cargos comissionados reacende o debate sobre os limites e funções do cargo de vice-prefeito. No caso de Tião da Zaeli, ele reafirma que não se contenta com uma atuação protocolar: “Não estou aqui para fazer figuração. Estou aqui para trabalhar”.