Mesmo citado em investigação da Polícia Civil sobre suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares, o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Allan Kardec (PSB), continuará à frente da Secitec.
A decisão foi confirmada nesta segunda-feira (16) pelo governador em exercício de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), que afirmou não haver qualquer indício que comprometa diretamente o secretário.
Pivetta, que substitui Mauro Mendes temporariamente, minimizou a citação ao nome de Allan no inquérito policial, destacando que o foco das apurações está na Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf) e em empresas contratadas, não na pasta de Kardec.
“Não tem nada que o incrimina e ele não está em uma posição que possa atrapalhar as investigações”, justificou o governador, afastando qualquer possibilidade de exoneração do secretário.
A investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), apontou indícios de sobrepreço de até 80% na aquisição de kits de agricultura familiar, com valores estimados em R$ 28 milhões.
Esses recursos teriam sido repassados por meio de emendas parlamentares estaduais, utilizadas durante o período eleitoral. A operação que deu origem ao inquérito, batizada de “Suserano”, foi autorizada em setembro de 2024 pelo juiz João Bosco Soares da Silva.
Entre os nomes ligados ao caso, está o empresário Alessandro do Nascimento, suposto beneficiário do esquema e apontado como sócio oculto de empresa favorecida por emendas de 14 deputados. Documentos citam ainda um prefeito e outros políticos com influência direta nas liberações financeiras suspeitas.
Apesar do contexto, Pivetta fez questão de destacar o papel do Executivo estadual na gênese da apuração. “Fomos nós que demos o início a isso, através da Controladoria Geral do Estado. O Governo sempre colaborou com as investigações e nunca impediu ou dificultou nada”, pontuou.
Com o caso ainda em curso, o governador reforçou que o andamento das investigações agora cabe exclusivamente ao Judiciário, ao Ministério Público e à Polícia. O governo, segundo ele, seguirá contribuindo com as autoridades.