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POLÍTICA MT Quarta-feira, 28 de Maio de 2025, 13:16 - A | A

Quarta-feira, 28 de Maio de 2025, 13h:16 - A | A

"NAO ADIANTA SE ARREPENDER"

Deputada pede cadeia para PM feminicida que matou esposa a tiros

Relatora do Pacote Antifeminicídio, Gisela criticou duramente o comportamento do acusado, que se entregou na madrugada de segunda-feira (26) à DHPP, alegando estar arrependido.

Ana Barros

 

“Não adianta arrependimento. Seu lugar é no presídio, cumprindo a pena no rigor da lei que, inclusive, relatei e ajudei a aprovar. É cadeia e ponto!”. Foi assim que a deputada federal Gisela Simona (União Brasil-MT) reagiu à morte brutal de Gabrielli Daniel de Souza, de 31 anos, assassinada no último domingo (25) pelo marido, o policial militar Ricker Maximiano de Moraes, em Cuiabá.

 

Indignada com mais um caso de feminicídio em Mato Grosso, Gisela, que lidera a bancada feminina do União Brasil e foi relatora do Pacote Antifeminicídio — convertido em lei em outubro de 2024 — criticou duramente o comportamento do acusado, que se entregou na madrugada de segunda-feira (26) à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), alegando estar arrependido.

 

“A lei que relatamos eleva a pena de feminicídio para até 40 anos. Não podemos aceitar que alguém destrua uma família e depois venha se dizer arrependido. Gabrielli era mãe, filha, mulher. Foi torturada e executada dentro de casa”, afirmou a parlamentar, que recebeu áudios de familiares da vítima com denúncias impactantes sobre o estado do corpo.

 

Tortura e crueldade

Segundo relatos enviados à deputada e que devem ser entregues à Secretaria de Segurança Pública, Gabrielli foi encontrada com o rosto deformado, maxilar quebrado, hematomas por todo o corpo, marcas de facadas nas costas e nos braços, e com o cabelo cortado de forma irregular. “Ela foi completamente destruída”, narra um dos áudios. A funerária que cuidou do corpo informou à família que o processo de preparação para o translado ao Pará — terra natal da vítima — foi demorado devido à necessidade de suturas em múltiplas perfurações.

 

Histórico de violência

Ricker Maximiano de Moraes, de 33 anos, responde nesta quarta-feira (28) a julgamento por tentativa de homicídio contra um adolescente de 17 anos, em crime ocorrido em 2018. Na ocasião, o PM atirou pelas costas do jovem, que brincava com amigos na Avenida General Mello, em Cuiabá, após um desentendimento aparentemente fútil. O tiro causou lesão permanente: o rapaz passou a depender de sondas para urinar.

De acordo com o Ministério Público, o policial foi denunciado por tentativa de homicídio qualificado, com motivo fútil e sem chance de defesa à vítima.

 

Reincidência e outras denúncias

Em 2023, o PM voltou a ganhar manchetes ao matar um cachorro da raça pitbull que teria avançado contra ele enquanto estava com a filha no colo. O caso foi noticiado pelos principais veículos do estado.

Enquanto o julgamento pelo feminicídio ainda será marcado, cresce a pressão por justiça e punição exemplar. Para Gisela Simona, o crime contra Gabrielli representa mais do que um caso isolado: “É o retrato da impunidade que ainda encoraja agressores. Não podemos recuar. A justiça tem que ser feita”.

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