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POLÍTICA MT Quarta-feira, 18 de Junho de 2025, 15:44 - A | A

Quarta-feira, 18 de Junho de 2025, 15h:44 - A | A

POR 17 A VOTOS A 5

Cuiabá: Vereadores autorizam tramitação de projeto que veta transição de gênero em menores

A proposta, de autoria do vereador Rafael Ranalli (PL), derruba o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que recomendava a rejeição da matéria por inconstitucionalidade.

Ana Barros

 

A Câmara Municipal de Cuiabá aprovou, nesta terça-feira (18), por 17 votos a 5, a continuidade do projeto de lei que proíbe procedimentos médicos relacionados à transição de gênero em menores de 18 anos, tanto na rede pública quanto na privada. A proposta, de autoria do vereador Rafael Ranalli (PL), derruba o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que recomendava a rejeição da matéria por inconstitucionalidade.

 

A medida veta o uso de bloqueadores hormonais, hormonioterapia cruzada e cirurgias de redesignação sexual em crianças e adolescentes, incluindo intervenções realizadas em clínicas particulares, hospitais e por profissionais liberais que atuem na capital mato-grossense.

 

Estão excluídos da proibição os tratamentos de disfunções genéticas, congênitas ou endócrinas, desde que não envolvam a mudança de sexo ou identidade de gênero.

Justificativa do autor

Na tribuna, Ranalli defendeu que o projeto não busca discriminar pessoas trans, mas sim “proteger crianças e adolescentes de decisões irreversíveis”, citando a portaria do Ministério da Saúde que restringe procedimentos transexualizadores no SUS a maiores de idade e uma resolução recente do Conselho Federal de Medicina (CFM), que também veta cirurgias de transgenitalização e hormonioterapia cruzada em menores de 18 anos.

“O Conselho Federal de Medicina já proibiu a alteração hormonal em crianças e cirurgia em menores de 18 anos. É um projeto para Cuiabá se posicionar. Isso aqui é uma Casa de Leis, e nosso papel é legislar. Juiz que julgue depois”, afirmou o vereador, em resposta às críticas jurídicas ao projeto.

 

Ranalli comparou ainda a proposta com debates em torno da vacinação infantil contra a Covid-19, ao defender que famílias tenham autonomia para tomar decisões sobre o corpo dos filhos.

 

“Depois que for um adulto com 18 anos, escolha o que quiser. Mas interferir hormonalmente na vida de uma criança é grave. O eleitor quer saber como cada vereador se posiciona”, completou.

 

Próximos passos

Com a derrubada do parecer contrário da CCJ, o projeto segue agora para análise na Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, presidida pelo próprio autor da proposta. O texto prevê sanções administrativas, éticas, civis e penais para quem descumprir as regras, com base na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

 

A proposta deve seguir para votação final em plenário nas próximas semanas e, caso aprovada, será encaminhada ao prefeito Abilio Brunini (PL), que decidirá pela sanção ou veto.

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