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POLÍTICA MT Quarta-feira, 23 de Outubro de 2024, 17:33 - A | A

Quarta-feira, 23 de Outubro de 2024, 17h:33 - A | A

FATURAMENTO DE MILHÕES

Candidata a vice na chapa de Lúdio seria sócia em garimpo de ouro ligado a Orlando Perri

Em 2023, a G3 Mineração reportou um lucro bruto de R$ 49 milhões, conforme documentação enviada ao Ministério de Minas e Energia.

ISSO É NOTÍCIA

 

A jornalista Rafaela Fávaro (PSD), que disputa o cargo de vice-prefeita na chapa liderada por Lúdio Cabral (PT), está no centro de uma polêmica relacionada a atividades de mineração. Documentos da Agência Nacional de Mineração (ANM), obtidos com exclusividade pelo Isso É Notícia, revelam que ela é sócia da 3F Participações S/A, uma empresa dedicada à extração de ouro, que, por sua vez, mantém sociedade com a MVP Participações, pertencente ao desembargador Orlando de Almeida Perri, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A parceria busca explorar garimpos na faixa de fronteira entre Mato Grosso e Bolívia.

 

 

Atividades da 3F Participações S/A

 

Conforme registros datados de 19 de junho de 2023, a 3F Participações S/A possui um capital social de R$ 5 milhões e é administrada por Joni Eden Baqueta Fávaro, irmão do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e tio de Rafaela. A empresa, em conjunto com a MVP Participações, estabeleceu a G3 Mineração e Participação SPE LTDA, visando obter autorização do governo federal para explorar recursos minerais nos municípios de Pontes e Lacerda, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade.

 

Em 2023, a G3 Mineração reportou um lucro bruto de R$ 49 milhões, conforme documentação enviada ao Ministério de Minas e Energia. Em abril do mesmo ano, um novo documento foi protocolado na ANM, informando alterações na composição acionária da 3F, que passou a incluir Rafaela Fávaro e sua mãe, Beatriz Vendramini Fávaro.

 

 

Apesar de ter declarado em sua prestação de contas que é jornalista e redatora, e possuir um patrimônio de R$ 380 mil, Rafaela não mencionou qualquer vínculo com a 3F Participações S/A. Curiosamente, uma consulta recente à Receita Federal não identificou seu nome como sócia da empresa.

Aprovação de Projetos pelo Governo Federal

Documentos revelam que a mineradora Morro Dourado LTDA, autorizada pelo governo federal desde 1992, cedeu a exploração de uma área de quase 10 mil hectares a G3 Mineração e Participações SPE LTDA e à Mineração Tykhe SPE LTDA. O Ministério de Minas e Energia, por meio da nota técnica nº 47/2024, endossou essa cessão, que envolve Rafaela e o desembargador Perri.

 

 

O plano de governo de Lúdio Cabral não aborda a mineração em Cuiabá, apesar de a cidade sofrer as consequências dessa atividade. Na área do Coxipó do Ouro, diversas mineradoras operam, inclusive em áreas de proteção ambiental, causando impacto negativo nas comunidades locais.

 

Procurada para comentar a situação, a assessoria de Rafaela Fávaro informou que ela não se manifestaria sobre as questões levantadas.

 

Por outro lado, Lúdio Cabral destacou seu compromisso com o desenvolvimento rural, focando na criação de um polo de hortifruticultura, mas não respondeu sobre sua posição em relação à mineração na região.

 

Em consulta ao sistema da Receita Federal na terça-feira (22), o nome de Rafaela Fávaro não figura atualmente como sócia da empresa em seus registros.

 

Parceria “Fávaro-Perri” faturou R$ 49 milhões em 2023

 

Um documento encaminhado ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira de Oliveira, em fevereiro deste ano, a G3 Mineração e Participações SPE LTDA informou ter tido um faturamento bruto de R$ 49,2 milhões desde o início de sua operação. A empresa informou não ter condições de extrair 9,6 kg de ouro, inicialmente previsto. Por isso, fez uma reanálise de suas metas.

“A empresa optou por realizar investimentos com menor risco, levando em consideração tanto o mercado interno quanto o externo do Brasil, e planejou escalonar a extração do minério gradualmente, em vez de esgotar rapidamente a mina. Dessa maneira ficou estipulado uma média de três quilos ao mês no primeiro ano, quatro quilos ao mês no segundo ano e cinco quilos ao mês até a exaustão da reserva até aqui cubada”, diz um dos trechos.

Segundo o mesmo documento, o empreendimento apresentou uma rentabilidade de 248% e lucratividade de R$ 37% com Taxa Interna de Retorno (TIR) de 148%.

O documento foi assinado pelo engenheiro Luiz Felipe Perdigão Alves.

 

Plano de governo de Ludio não aborda questão da mineração em Cuiabá

 

O plano de governo do candidato Ludio Cabral (PT) protocolado junto à Justiça Eleitoral, apesar de trazer um tópico sobre mudanças climáticas, não faz nenhuma citação sobre como lidar com a questão da mineração em Cuiabá.

 

A capital sofre com as consequências da mineração desenfreada que pode ser vista até na área urbana da cidade.

 

Outro “ponto crítico” á a região do Coxipó do Ouro, aonde funcionam diversas mineradoras de extração de ouro, como a Casa de Pedra e a Mineração Aricá, alvo da Operação Hermes, que desbaratou um esquema de contrabando ilegal de mercúrio e que envolve até o filho do governador Mauro Mendes (União).

 

Algumas dessas mineradoras que atuam na região do Coxipó do Ouro, inclusive, exploram áreas que estão dentro dos limites da APA (Área de Proteção Ambiental) Aricá-açu, cuja competência de gestão é municipal, e afetam a vida de comunidades rurais como a do Rio dos Médicos, um dos povoados rurais mais afetados por essas atividades na região.

 
 

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