Uma denúncia feita pelo deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) à Polícia Federal deu origem à Operação Rescaldo, deflagrada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), que investiga o vereador afastado Chico 2000 (PL) por suposta compra de votos durante a campanha de 2024.
A investigação apura se Chico 2000 teria oferecido vantagens indevidas a eleitores que apoiavam Paula Calil, atual presidente da Câmara Municipal de Cuiabá e irmã do deputado Faissal. A denúncia inclui ainda difamação eleitoral, já que o vereador teria espalhado acusações falsas contra a então candidata, afirmando que ela estaria pagando pessoas para adesivar veículos com sua propaganda — informação desmentida publicamente por Faissal.
Diante da ofensiva, o deputado gravou um vídeo ao lado da irmã, rebatendo as acusações e classificando a atitude de Chico 2000 como “papelão” e disseminação de fake news. O vereador, por sua vez, acionou a Justiça Eleitoral e conseguiu que o vídeo fosse removido das redes sociais. No entanto, o caso não parou por aí: Faissal levou as informações à Polícia Federal, que instaurou o inquérito e desencadeou a operação.
Os mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo Juízo das Garantias do Núcleo I do TRE-MT e cumpridos em Cuiabá e Várzea Grande. Os crimes sob apuração — captação ilícita de sufrágio e difamação eleitoral — preveem penas que podem ultrapassar cinco anos de reclusão.
Essa não é a primeira vez que Chico 2000 é alvo de investigações. Ele já estava afastado do cargo desde abril, por decisão judicial no âmbito da Operação Perfídia, que apura o pagamento de propinas envolvendo as obras do Contorno Leste em Cuiabá. Outro vereador, Sargento Joelson (PSB), também foi afastado na mesma investigação.