A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu, nesta sexta-feira (11), a terceira etapa do inquérito que apura o assassinato do advogado Renato Gomes Nery, de 72 anos, executado a tiros no dia 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, em Cuiabá. O crime causou grande repercussão na capital e no meio jurídico estadual.
De acordo com a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime foi premeditado e teve como mandantes um casal residente em Primavera do Leste, identificado pelas iniciais J.G.B. e C.J.S.. Ambos foram indiciados por homicídio qualificado, com agravantes como motivo torpe, promessa de recompensa, perigo comum e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Motivação e planejamento
As investigações revelaram que o motivo do crime foi uma disputa judicial por uma propriedade rural de mais de 12 mil hectares localizada no município de Novo São Joaquim, no leste do estado. O casal teria articulado o homicídio por meio de intermediários: um policial militar e um caseiro, que contrataram os executores responsáveis pela ação criminosa.
A DHPP comprovou que o advogado foi monitorado por vários dias antes do crime, e que no dia anterior ao assassinato, um dos envolvidos chegou a circular de moto na frente do escritório de Renato Nery, no mesmo ponto onde ele seria executado.
Execução e desdobramentos
Renato foi atingido por disparos de arma de fogo no dia 5 de julho. Ele chegou a ser socorrido e passou por cirurgia em um hospital particular, mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois.
O casal mandante já está preso preventivamente. A Polícia Civil continua as investigações para identificar outros possíveis envolvidos na trama, incluindo executores e demais facilitadores do crime.
“As provas colhidas demonstram que o crime foi cuidadosamente planejado. Apesar de termos concluído esta fase do inquérito, as diligências prosseguem para garantir que todos os responsáveis sejam levados à Justiça”, informou a DHPP.