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POLICIAL Segunda-feira, 26 de Maio de 2025, 15:14 - A | A

Segunda-feira, 26 de Maio de 2025, 15h:14 - A | A

EM INVESTIGAÇÃO

PF investiga assessores do STJ por movimentações financeiras incompatíveis com declarações fiscais

As investigações se concentram na diferença entre os valores declarados à Receita Federal e os montantes movimentados nas contas bancárias dos assessores

ALISSON OLIVEIRA

 

A Polícia Federal identificou movimentações financeiras consideradas suspeitas de três ex-assessores de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em inquéritos que apuram a venda de decisões judiciais e o vazamento de informações sigilosas.

 

O foco das investigações recai sobre a discrepância entre os rendimentos declarados à Receita Federal e os valores movimentados por esses assessores em suas contas bancárias.

 

Os documentos, obtidos com exclusividade pela Folha, apontam para "variações financeiras a descoberto" entre 2019 e 2023, o que, segundo a PF, pode indicar omissão de receita ou transações não reportadas.

 

Entre os nomes citados estão Daimler Alberto de Campos, ex-chefe de gabinete da ministra Isabel Gallotti; Rodrigo Falcão de Oliveira Andrade, que atuava no gabinete do ministro Og Fernandes; e Márcio José Toledo Pinto, vinculado à ministra Nancy Andrighi à época das suspeitas.

 

As apurações são conduzidas sob a supervisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e estão ligadas ao lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, preso desde o ano passado e apontado como articulador das negociações envolvendo decisões judiciais.

 

Embora os ministros do STJ não sejam alvos diretos da investigação, os relatórios da PF destacam a relação próxima de confiança entre os assessores e seus superiores, em especial no caso de Rodrigo Falcão.

 

Segundo os investigadores, Falcão atuava como uma espécie de auxiliar pessoal do ministro, com acesso a dados financeiros e responsabilidade pela organização de documentos e despesas da família do magistrado.

 

Daimler, por sua vez, foi mencionado em conversas do lobista Andreson, mas não há registros de comunicação direta entre ambos.

 

Sua defesa alega que os valores identificados como suspeitos pela PF têm origem em empréstimos bancários, os quais, segundo os advogados, não constavam nas declarações de Imposto de Renda usadas pela investigação.

 

Márcio Toledo é acusado de manipular documentos internos de processos judiciais em tempo recorde, de forma a dificultar a rastreabilidade de alterações. Sua defesa, por enquanto, prefere se manifestar apenas nos autos. Já Rodrigo Falcão não apresentou defesa até o momento.

 

Em resposta à reportagem, as ministras Gallotti e Andrighi afirmaram que não comentariam ações relativas a terceiros sob investigação do STF. O ministro Og Fernandes não respondeu aos questionamentos.

 

Apesar da gravidade das suspeitas, ainda não há conclusão formal sobre a prática de crimes pelos investigados, que seguem sob apuração judicial.

 

 

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