A morte da adolescente Kethlyn Vitória de Souza, de 15 anos, vítima de um tiro na nuca disparado pelo próprio namorado, o médico Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello, de 29 anos, foi provocada por um disparo acidental, segundo laudo divulgado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) no último sábado (24).
O caso aconteceu no dia 3 de maio, em Guarantã do Norte, município a 721 km de Cuiabá.
Apesar da conclusão pericial indicar a ausência de intenção, Bruno permanece indiciado por feminicídio e outros cinco crimes.
O delegado responsável pelo caso, Waner Neves, afirmou que o médico, ao manusear a arma de forma imprudente dentro do veículo, assumiu o risco de causar a tragédia.
Segundo o delegado, o inquérito já foi encaminhado ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que agora decidirá sobre a apresentação formal da denúncia à Justiça.
Bruno poderá responder por feminicídio, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, disparo de arma, condução sob efeito de álcool, entrega de direção a pessoa não habilitada e por fornecer bebida alcoólica a menor de idade.
O médico entregou-se à polícia dois dias após o crime, tendo sua prisão em flagrante convertida em preventiva. Em depoimento, alegou que ele e a namorada voltavam de uma festa sob efeito de álcool e que, durante o trajeto, Kethlyn teria assumido o volante sentada em seu colo.
Neste momento, ele teria pegado a arma para "brincar", e um disparo acidental a atingiu na cabeça.
Bruno afirmou ainda que a intenção era realizar um disparo para fora do carro, mas ao tentar entender por que a arma falhou, houve o tiro fatal. Imagens divulgadas anteriormente mostram o casal manuseando uma arma de fogo, o que reforça a linha de investigação sobre imprudência.
A adolescente foi levada pelo próprio namorado a uma unidade de saúde da cidade, onde chegou com vida, mas não resistiu após 40 minutos de tentativas de reanimação.
Testemunhas relataram que Bruno estava em estado de choque e chegou a quebrar portas e janelas do hospital ao saber da morte de Kethlyn.
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) abriu uma sindicância para apurar a conduta de Bruno Tomiello. O procedimento poderá resultar na abertura de um processo ético-profissional, dependendo das conclusões do órgão.