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POLICIAL Quarta-feira, 16 de Julho de 2025, 16:15 - A | A

Quarta-feira, 16 de Julho de 2025, 16h:15 - A | A

ASSASSINATO DE EX-ATLETA

Ex-mulher confirma que empresário usou arma própria para matar ex-jogador da Seleção de Vôlei em Cuiabá

Depoimento contradiz versão do suspeito, que alegou legítima defesa; crime teria sido premeditado após suspeitas de relacionamento da vítima com a ex-esposa

Paula Figueiredo

 

A ex-esposa do empresário Idirley Alves Pacheco, de 40 anos, preso pelo assassinato do ex-jogador da Seleção Brasileira de Vôlei, Everton Pereira Fagundes da Conceição, de 46, prestou novo depoimento à Polícia Civil e revelou detalhes sobre o crime ocorrido em Cuiabá. Segundo ela, o acusado não sabia do envolvimento amoroso entre ela e a vítima e a arma usada no homicídio era de uso pessoal do empresário, contrariando a versão apresentada por ele.

 

O delegado Caio Albuquerque, responsável pela investigação, explicou que a mulher foi ouvida novamente para esclarecer pontos que haviam ficado obscuros no primeiro depoimento. Ela relatou que o ex-jogador passou a fazer parte de seu convívio familiar cerca de um mês antes do crime e que, inicialmente, ele a ajudava com a partilha de bens após o fim do casamento. No entanto, nos últimos dias, os dois passaram a manter um relacionamento mais íntimo.

 

“Ela disse que acreditava que Idirley não sabia do envolvimento com Everton, pois aguardava resolver formalmente a separação antes de tornar o relacionamento público”, detalhou o delegado.

 

A mulher também revelou que vivia um relacionamento opressor desde os primeiros meses de casamento, sendo impedida pelo ex-marido de trabalhar ou estudar. Após decidir encerrar a relação, ela comunicou Idirley, mas passou a temer por sua segurança.

 

Poucos dias antes do crime, Idirley ligou para ela dizendo que havia sido assaltado e abandonado em um local ermo, tentando convencê-la a ir até ele. Desconfiada de uma possível emboscada, a mulher acionou a polícia e pediu que um familiar fosse ao local. Ela contou que o ex não apresentava sinais de lesão, não registrou boletim de ocorrência e teve poucos bens levados.

 

No mesmo dia, a mulher registrou boletim na Delegacia da Mulher e solicitou medida protetiva, já que o ex-marido continuava tentando se aproximar.

 

O dia do crime

 

No relato, ela explicou que havia combinado com Idirley de esconder uma caminhonete Amarok prata. O encontro ocorreu na casa da mãe dela, onde também estava estacionada uma Amarok branca. Quando Everton chegou, assumiu a direção da Amarok prata. Idirley sentou-se ao lado dele.

 

Durante o trajeto, segundo a mulher, houve uma freada brusca. Idirley desceu do veículo, pegou objetos da filha do casal e os transferiu para a caminhonete branca. Nesse momento, a ex-mulher o viu sacando uma arma da cintura. Em seguida, ele retornou à Amarok prata, onde Everton ainda estava, sentou-se no banco de trás e apontou a arma para a cabeça da vítima.

 

 

“Ela escutou Everton gritando e pedindo que ele não fizesse besteira. Logo depois, o carro arrancou em alta velocidade”, descreveu o delegado.

 

Pouco depois, Everton foi executado com pelo menos cinco tiros enquanto dirigia. Baleado, perdeu o controle do veículo, bateu em outro carro e morreu ainda na caminhonete. O crime ocorreu próximo ao Posto Bom Clima, na avenida Dr. Hélio Ribeiro, bairro Residencial Paiaguás.

 

A ex-esposa afirmou com segurança que a arma era de Idirley, usada por ele em áreas rurais para prática de tiro, derrubando a versão apresentada pelo acusado, que havia alegado que a arma era da própria vítima.

 

Versões contraditórias

 

Preso, Idirley nega ter cometido crime passional. Em depoimento, disse que teria sido vítima de uma tentativa de extorsão por parte de Everton e que agiu por medo de perder seus bens, já que a vítima estaria se envolvendo com sua ex-mulher.

 

As investigações seguem em andamento. A Polícia Civil deve ouvir novas testemunhas e realizar diligências adicionais antes de concluir o inquérito.

 

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