O drama do superendividamento que afeta milhares de servidores públicos em Mato Grosso será tema de uma reunião emergencial nesta segunda-feira (26), às 14h, no auditório da Escola Superior de Contas, em Cuiabá.
A mobilização é resultado de denúncias da Federação Sindical dos Servidores Públicos Estaduais (FESSP-MT) e conta com apoio firme do Sindicato dos Profissionais de Nível Superior com Habilitação Específica do Sistema Penitenciário (SINPHESP/MT).
A presidente do SINPHESP, Eunice Teodora, usou uma live recente para denunciar os efeitos devastadores da “farra dos consignados” na vida dos servidores estaduais. Segundo ela, há pelo menos sete anos os trabalhadores vêm perdendo poder de compra, enquanto as dívidas se acumulam sem controle.
“A situação é tão grave que temos relatos de servidores adoecidos, sem sossego, sem saúde e até casos de mortes associadas ao desespero financeiro. É uma bola de neve que tira a vontade de viver”, declarou.
Segundo Eunice Teodora parte desse caos é alimentado por financiadoras que atuam sem registro no Banco Central, oferecendo contratos sem transparência, cartões de crédito virtuais que não são entregues, mudanças unilaterais nos valores e nas condições dos empréstimos.
Muitos servidores sequer recebem cópia dos contratos assinados.
“É por isso que fomos até o Tribunal de Contas. E agora, com o apoio do presidente Sérgio Ricardo, teremos essa reunião ampliada com a presença de representantes do Governo do Estado, da SEPLAG, da assessoria jurídica da FESSP e das entidades sindicais. É essencial que os servidores compareçam para entender o que está acontecendo e como sair dessa armadilha que foi montada para endividá-los”, explicou Eunice Teodora.
Eunice ressalta que a presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos Estaduais de Mato Grosso (FESSP-MT), Carmen Machado e Antônio Wagner, presidente do Sinpaig tem sido uma das principais vozes na denúncia da chamada “farra dos consignados”, que levou milhares de servidores públicos ao colapso financeiro.
A dirigente reforça que a reunião não é apenas para ouvir, mas para negociar soluções concretas, com base em informações jurídicas, dados do sistema financeiro e atuação coletiva das entidades sindicais.
A reunião reunirá representantes da SEPLAG, Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, assessorias jurídicas e dezenas de sindicatos e associações que compõem o Movimento Sindical Unificado.