Por Thiago Pacheco* Conforme divulgação da agência Fitch Ratings, nesta quarta-feira (26), Brasil melhora seu CDS (Credit Default Swap) de 5 anos, o que considera o termômetro do risco-país, chegando ao nível mais baixo em 2 anos, com 167 pontos, relembrando que em jun/21, registrava-se 162 pontos. Refletindo na reclassificação do rating, mensurado pela agência, de “BB-“, para “BB”. Vale ressaltar que tanto a Fitch, quanto a S&P, já haviam melhorado a visão de rating do país, para “BB-“ com viés estável e positiva em junho. Em março, batemos o pico de quase 252 pontos, o maior para este ano, resultado em decorrência das preocupações do mercado financeiro diante a gestão do atual Governo, especialmente com as conduções dos temas monetários e fiscais. Com o cenário recente de um aval da câmara dos deputados para a aprovação do novo arcabouço fiscal, sem dúvida, foi preponderante para a melhora no rating, contudo, temos alguns pontos de atenção, como o afastamento de uma agenda econômica liberal defendida pelo Governo, déficit fiscal, além das recorrentes perdas de investimentos diretos no país, onde se registrou queda de 63% em junho, conforme relatório do Bacen. Na prática, a melhora do rating não terá efeitos sensíveis, visto que ainda estamos a dois degraus para o grau de investimentos, que nos daria um selo de “bom pagador”, mas não podemos desprezar que iniciamos uma possível recuperação. *Thiago Pacheco é especialista em finanças, mercado, controladoria, agronegócios e ESG, com mais de 20 anos de indústria financeira, com passagens em grandes bancos com presença internacional, além dos maiores players do agro. Professor e mentor para o mercado financeiro e de capitais, fundador e CEO da Elevare Institute.
