Por José Rodrigues*
Estamos em ano de eleições municipais e os bastidores estão mais movimentados do que nunca.
Ao que parece, resolveram antecipar o processo eleitoral, mais do que estão acostumados a fazer nos anos anteriores.
Comparando com um campeonato de futebol, os times (partidos) estão contratando técnicos e jogadores (pré-candidatos a prefeitos, vices e vereadores), mas a partida inicial ainda não começou e o jogo parece estar zero a zero.
O primeiro prazo crucial desse jogo é a janela partidária. Janela partidária é o período de 30 dias em que ocupantes de cargos eletivos, obtidos em pleitos proporcionais, podem trocar de partido sem perder o mandato. Essa possibilidade está prevista no artigo 22-A da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e é considerada uma justa causa para desfiliação partidária, se for feita nesse período permitido.
Neste ano, a troca de legenda poderá acontecer de 7 de março a 5 de abril, data final do prazo de filiação exigido em lei para quem pretende concorrer às Eleições Municipais de 2024.
Na prática, isso quer dizer que, neste ano, vereadoras e vereadores eleitos em 2020 terão um mês para mudar de partido e concorrer à reeleição ou às prefeituras dos municípios sem correr o risco de perder o cargo.
Logo, no próximo mês teremos um "troca troca" de partidos, por parte dos vereadores, procurando guarida, em novas agremiações, onde possam vislumbrar suas possibilidades de eleição.
Por parte das candidaturas majoritárias temos os seguintes cenários:
Candidato(s) do Presidente da República (PT), poderemos ter o Deputado Estadual Lúdio Cabral, que vê sua candidatura ameaçada pela correligionária Rosa Neide, que perdeu a prévia, mas recorre ao Diretório Nacional para ganhar no tapetão. Ainda nesse cenário corre em paralelo o Vice-Prefeito Stopa (PV), que faz parte da mesma Federação, que ainda conta com o PC do B.
Como antagonista, à direta, se apresenta o Deputado Federal Abílio Brunini (PL), que conta com o apoio do ex Presidente da República Jair Bolsonaro.
Mais ao centro, após muitos embates e disputas internas, se apresenta como pré-candidato do União Brasil, o atual Presidente da Assembleia Legislativa de MT, Deputado Estadual Eduardo Botelho, que foi o escolhido, após uma disputa interna com o Deputado Federal Fábio Garcia. Agora falta conquistar o grupo do Governador Mauro Mendes, que apoiava a pré-candidatura de Fábio Garcia.
Apareceram mais recentemente no cenário, colocando os nomes como pré-candidatos a Prefeitos e, portanto, teriam mais dificuldades de montar o time para jogar, em razão do tempo diminuto, os Deputados Estaduais Juca do Guaraná (MDB), do partido atual Prefeito e o Diego Guimarães (Republicanos), do partido do Vice-Governador.
Pastor Marcos Ritela (PRD) também constrói sua pré-candidatura à Prefeitura de Cuiabá.
Como os homens estão sendo os protagonistas nas pré-candidaturas majoritárias e as mulheres possuem a maioria dos votos, as pré-candidaturas de Vice-Prefeitas estão sendo cogitadas a serem destinadas a mulheres. Nesse cenário, alguns nomes começam a se destacar: Mônica Carvalho, esposa do presidente do PRD em Mato Grosso, Mauro Carvalho; a vereadora por Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos), a médica Natasha Slhessarenko (PSB) e a Vereadora Michelly Alencar (UB).
Em um cenário, onde alianças estratégicas para as coligações majoritárias ainda precisam ser consolidadas. Onde cada partido precisa fazer a lição de casa, montando sua chapa de pré-candidatos a vereadores, pois não será permitida a coligação proporcional. Ainda falta muito a ser feito.
Política não é matemática. As falsas impressões que as pesquisas trazem, são apenas fotos de um momento. Mas esses momentos são iguais as nuvens, eles passam. Já vimos em vários momentos na história, candidatos com pouca intensão de votos nas pesquisas, se sagrarem vitoriosos.
Assim, pode-se afirmar que o jogo está zero a zero.
*José Rodrigues Rocha Junior, Advogado, Jornalista, pós-graduado em direito constitucional, escritor, palestrante, consultor e conferencista.
Laurença 21/02/2024
Verdade... A história já nos mostrou que cantar a vitória antes do tempo pode nos surpreender. \"Política não é matemática!\"
1 comentários