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DANIELLE BARBATO Sábado, 18 de Novembro de 2023, 18:00 - A | A

Sábado, 18 de Novembro de 2023, 18h:00 - A | A

DANIELLE BARBATO

O Enem é o reflexo da decadencia da edução no Brasil

Danielle Barbato

No último domingo, 05/11, foi realizada a 25ª edição do EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (ENEM), uma prova que, em tese, tem como objetivo avaliar o desempenho educacional dos estudantes após a conclusão do ensino médio.   O tema da redação rendeu a polêmica da vez, ao abordar pautas de movimento marxista, como o feminismo.   É certo que a motivação foi demonizar o casamento, a família e a própria mulher, considerando que o próprio tema já foi por si autoritário e apresentou a conclusão pronta, qual seja, de que a mulher que busca dupla jornada é punida por cuidar do lar. Aliás, quem achou que o tema trouxe visibilidade para a dona de casa está redondamente equivocado.

 

Em verdade, o sistema educacional acaba por IMPOR uma narrativa, uma conclusão lógica, considerando que ao aluno sequer foi oportunizada a dissertação do seu próprio ponto de vista, tendo que sucumbir as respostas desejadas pela banca examinadora – frutos da doutrinação marxista – pois se fizesse de forma distinta, correria o risco de perder pontos e até zerar por fuga ao tema.   Mas a prova objetiva também teve seu protagonismo com questões culturais e ideológicas de esquerda, abarrotadas de ideologias, narrativas socialistas, afirmações sem dados, demonização do capitalismo, do agro e da própria ciência - que tanto dizem defender...   Logo, quem seguiu a cartilha lacrou.

 

Quem não seguiu, se lascou. O próprio músico Caetano Veloso – que teve suas músicas "Alegria, Alegria" e "Anjos Tronchos" citadas em questões do ENEM, na prova de Linguagens e Códigos - não soube responder as alternativas corretas, tendo ficado “indeciso” entre as respostas apresentadas. Quiçá os milhares de jovens que fizeram a prova saberiam. Mas, se olharmos atentamente ao redor, perceberemos que os alunos que fazem o exame não mais estudam para aprender os conteúdos necessários para ingressar numa universidade, apenas limitam-se a cumprir uma agenda progressista para alcançar uma nota que cumpra o requisito para uma vaga no ensino superior.   Sob essa ótica, o ENEM não é mais um exame para avaliação de conhecimento, é apenas um extrato anual da doutrinação no ensino brasileiro. E isso não é novidade para mais ninguém.   Tudo dentro do método “Paulo Freire” de ensino, que há muito vem sendo difundido nas escolas e universidades públicas brasileiras, intencionando criar um senso revolucionário nos jovens em formação.

 

POR ISSO, HOJE TEMOS MILHÕES DE ANALFABETOS FUNCIONAIS, MAS QUE SÃO GABARITADOS NA MILITÂNCIA.   Em verdade, os jovens saem do ensino médio sem saber - além do que seriam as matérias básicas (português, matemática, etc) – outras de caráter essencial para o desenvolvimento da fase adulta, como interpretação de texto, conhecimento dos direitos individuais e constitucionais, educação financeira, empreendedorismo, comunicação e oratória, educação emocional autodirigida, dentre outras.   Logo, se o objetivo do Enem é avaliar o desempenho da EDUCAÇÃO no Brasil, podemos concluir que a metodologia utilizada para isso está longe de ser a correta, afinal, quando se fala em educação, normalmente, pensamos em diplomas, vestibulares e coisas do tipo. Entretanto, a verdadeira educação vai muito além de notas e conhecimento técnico para um diploma ou coisas do tipo.             Os gregos, por exemplo, tinham uma visão abrangente da educação, que envolvia não apenas a aquisição de conhecimento, mas também o desenvolvimento do caráter e da moral. Isso consistia no desenvolvimento desde o aspecto físico, emocional, artístico, cultural e até mesmo político dos cidadãos gregos. Pois, desta forma, formavam-se seres capazes de pensar, criar e correlacionar o conhecimento aprendido.

 

E portanto, formavam-se cidadãos ativos, críticos e éticos.   Mas, com o avanço da civilização, os povos foram alterando o conceito do que de fato é “educação”.   Hoje, infelizmente, o conceito de educação foi reduzido a uma mera prova, gerações inteiras serão medidas através de uma única régua.   E o brasileiro médio já não sabe o que de fato é educação. Ele sabe que precisa estudar para passar no Enem e fazer uma faculdade, para depois vender sua mão de obra. Nada mais do que isso.   Mas, felizmente, há aqueles que buscam mais e não se satisfazem com o que para muitos é chamado de "Educação". E por isso, fomentamos a busca pela formação de cidadãos críticos, ativos e, acima de tudo, conscientes. Pois o verdadeiro papel da educação é o amadurecimento do ser. O adulto que não tem consciência sobre a sua vida irá errar até achar que está amaldiçoado. E talvez esteja. Pois a ignorância é uma maldição.   A impressão que passa é que o sistema educacional brasileiro nos ensina a permanecermos pobres, desmotivados e desprovidos de conhecimento.   Resumindo, Paulo Freire fez cumprir o propósito por ele divulgado: “conheça a realidade, para depois reescrevê-la”. Infelizmente!    

 

*Danielle Barbato é advogada especializada em Direito Civil e Processo Civil, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, Direito Imobiliário e Gestora Condominial.   


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