menu
18 de Maio de 2024
facebook instagram whatsapp
lupa
menu
18 de Maio de 2024
facebook instagram whatsapp
lupa
fechar

DANIELLE BARBATO Sexta-feira, 15 de Dezembro de 2023, 14:00 - A | A

Sexta-feira, 15 de Dezembro de 2023, 14h:00 - A | A

POR DANIELLE BARBATO

Sérgio Moro e o golpe a sua própria biografia

Danielle Barbato

 Por Danielle Barbato*

Desde a noite de quarta-feira, 13, o senador Sergio Moro (União-PR) está entre os assuntos mais comentados nas redes sociais após ter sido ser fotografado parabenizando Flávio Dino pela aprovação ao STF. Nas imagens, o senador e o ministro aparecem sorridentes e conversando em tom de cochicho.  

Na sequência, o ex-juiz da lava-jato teve as conversas no WhatsApp fotografadas por um jornalista, em cujas imagens é possível ler que o ex-juiz é avisado por um aliado que o “coro está comendo”,  oportunidade em que ele afirma que vai manter seu voto em segredo, pois isso é um instrumento para evitar retaliação.  

Desde então, o ex-juiz da Lava-Jato tem sido alvos de ataques de todos os lados, especialmente da direita, devido a suspeita de que ele tenha votado a favor da indicação de Flávio Dino para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Dino teve 47 votos a favor e 31 contrários (eram necessários 41 votos para aprovação) e a votação foi secreta.  

Isso porque, Moro buscava conquistar a confiança dos eleitores “decepcionados” com Bolsonaro, aventando uma possível liderança naala da direita conservadora.Direita essa que enxerga Dino como um de seus maiores desafetos e confiava que sua indicação fosse rejeitada pelo Congresso.  

Obviamente, nunca daria certo, pois Moro não é (e nunca foi) um sujeito de direita, além de não ter atributos de um líder. Tampouco de político. Ele foi alçado à posição de herói nacional por ter cumprido o seu dever como juiz na condução de investigações e processos que expuseram a podridão do sistema político nacional, tomado pela corrupção.  

Mas atuar como juiz é muito diferente de atuar como líder político, ainda por cima de uma corrente ideológica a qual nem mesmo pertence. Moro mostrou a que veio, quando, tendo ocupado o cargo de Ministro da Justiça por nomeação de Bolsonaro, aproveitou da situação para traí-lo, tendo optado por pedir demissão do cargo “ao vivo” pela rede globo, antes mesmo de comunicar sua decisão ao ex-mandatário.  

Ele tentou derrubar Bolsonaro, afirmando que tinha provas de influência na Polícia Federal que nunca foram apresentadas.Posteriormente, Moro foi testemunha de acusação no inquérito das "Fake News", utilizado para censurar e perseguir toda a direita brasileira, evidenciando seu propósito de derrubar o governo anterior e assumir a liderança da direita no Brasil.  

Depois de tudo isso, ele ainda tentou se redimir ao declarar apoio a Bolsonaro (mais por conveniência, do que por convicção), ainda assim, não alcançou o prestígio almejado quando abandonou a magistratura para se aventurar na política.  

Pior que isso, entrará para os livros de história por ter sido um dos maiores responsáveis pela formação do Estado de Exceção que vigora no Brasil contemporâneo.  

Queria tanto preservar sua biografia, mas, atrapalhado e amador, mas conseguiu destruí-la sozinho. Moro conseguiu ser odiado pela esquerda e pela direita, além de desprezado pela turma dos isentões.        

*Danielle Barbato é advogada especializada em Direito Civil e Processo Civil, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, Direito Imobiliário e Gestora Condominial.     

 
 
 
 
 
 

Comente esta notícia