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DANIELLE BARBATO Segunda-feira, 15 de Maio de 2023, 15:39 - A | A

Segunda-feira, 15 de Maio de 2023, 15h:39 - A | A

DANIELLE BARBATO

Mas o Foro de São Paulo não era só uma teoria da conspiração?

Por Danielle Barbato* O falecido escritor Olavo de Carvalho afirmou em um best seller de 2007 que “o Foro de São Paulo é a mais vasta organização política que já existiu na América Latina e, sem dúvida, uma das maiores do mundo. Dele participam todos os governantes esquerdistas do continente. Mas não é uma organização de esquerda como outra qualquer. Ele reúne mais de uma centena de partidos legais e várias organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e à indústria dos sequestros, como as Farc e o MIR chileno, todas empenhadas numa articulação estratégica comum e na busca de vantagens mútuas. Nunca se viu, no mundo, em escala tão gigantesca, uma convivência tão íntima, tão persistente, tão organizada e tão duradoura entre a política e o crime” (sic).   Se a definição está correta ou não, não sabemos. Mas, fato é que os países participantes são, via de regra, ditaduras consolidadas (Venezuela, Cuba, Nicarágua, etc).   O saudoso professor explicava sobre o marxismo cultural - ou do politicamente correto. Em linhas gerais, o que ela diz é que alguns filósofos marxistas de um século atrás, entre eles os alemães da Escola de Frankfurt e o italiano Antonio Gramsci, fizeram um plano para dominar o mundo, não pela política, mas pela cultura. O plano consiste em ocupar todos os espaços culturais - por exemplo, a mídia, a arte e a universidade - de forma a controlar não simplesmente os governos, mas a mente de todo mundo, inclusive de quem governa.   A principal estratégia desses conspiradores é dominar a linguagem, através da “ditadura do politicamente correto”, termo meio que inventado por eles. Segundo a teoria, essa ditadura é uma opressão do pensamento: os marxistas culturais estão impondo uma nova linguagem ao mundo, e essa linguagem carrega em si, como um vírus, o comunismo.   E esse conluio teria chegado a nós através do Foro de São Paulo, uma aliança entre ditadores comunistas, narcotraficantes e - adivinha - o PT para conquistar a América Latina e sua cultura, com o único objetivo de destruir as bases da civilização ocidental.   Todavia, para os adeptos e “intelectuais” da esquerda, toda essa constatação nunca teria passado de mera teoria da conspiração lançada por um velho astrólogo.   Pois bem.   A grande imprensa anuncia agora, que a “nova reunião” do Foro de São Paulo, será realizada nos dias 29 de junho a 2 de julho, em Brasília, para discutir, entre outros temas, a integração dos países latino-americanos e caribenhos com governos esquerdistas e progressistas.   Criado em 1990, quando o líder da revolução cubana, Fidel Castro, sugeriu ao ex-operário, sindicalista e fundador do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que criasse um seminário internacional que discutisse a crise do socialismo após a queda do Muro de Berlim, em 1989. Como o primeiro encontro aconteceu na cidade de São Paulo, o Foro acabou ganhando o nome da capital paulista. E, a partir daí, o movimento se consolidou. Mas muita gente não conhece, afinal, não é publicado na grande mídia.   Entre os principais membros estão o Partido Comunista de Cuba, o Partido dos Trabalhadores no Brasil, o Partido Socialista Unido da Venezuela e o Partido Socialista do Chile. Há, inclusive, registros de participação das Farc – as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – em conferências realizadas nos primeiros anos de organização. Aqui no país, além do PT, PDT, PCdoB e PCB também integram o grupo, que tem como pautas centrais a oposição ao neoliberalismo e ao imperialismo, o fortalecimento das lutas sociais, sindicais e populares e a integração dos países em torno de problemas políticos, econômicos e sociais.   Mas, uma simples teoria conspiratória seria tão bem organizada assim?! Não sei, sinceramente, qual a dimensão da influência do impacto dessa constatação, mas, sem dúvida, a influência existe.   O tema é sério e deve ser encarado com respeito e atenção. Talvez haja, sim, riscos em deixar que Golias impere eternamente. Mas talvez haja riscos ainda maiores em travar um mau combate. *Danielle Barbato é advogada especializada em Direito Civil e Processo Civil, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, Direito Imobiliário e Gestora Condominial.        

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