Uma noite para entrar na história de Cuiabá — e da Expoagro. Nesta terça-feira (15), o Parque de Exposições Senador Jonas Pinheiro vai vibrar em outra frequência: a do Lambadão Cuiabano, com o Festival Chico Gil, promovido pela Prefeitura Municipal por meio de uma ação inédita da Secretaria de Cultura de Cuiabá, sob a gestão do incansável Johnny Everson.
Foi a primeira vez que o gênero musical popular, símbolo da periferia cuiabana e da identidade do povo mato-grossense, ganhou protagonismo dentro da maior feira agropecuária do estado. E não poderia ter sido diferente: o palco principal da 57ª Expoagro foi tomado pela energia contagiante de nomes como Matheusinho Sucessinho, Banda Scort Som, Clebinho Show, Os Inocentes, Novo Som e, no encerramento apoteótico, Eduardo Braga & Banda Loop. A apresentação ficou nas mãos dos carismáticos Vevé e Botof, que mantiveram o clima de festa do início ao fim, das 21h às 2h.
Antes do Lambadão incendiar o público, a noite foi aberta com um espetáculo de Cururu e Siriri Elétrico, lembrando que a tradição cuiabana não é feita de um só ritmo, mas de uma pluralidade que pulsa forte. Cada batida do ganzá, cada acorde do rasqueado são convites à valorização daquilo que nos diferencia no Brasil e no mundo.
E é justamente com esse espírito que nasceu o programa "Cuiabá é Tchôw", lançado oficialmente nesta noite histórica. Mais que um slogan, trata-se de um movimento estratégico da gestão municipal para reposicionar a cultura popular como vetor de identidade, orgulho e desenvolvimento social.
"Essa ação é uma resposta ao pedido direto do nosso prefeito: ‘Quero começar com o Lambadão’, ele disse. Porque nunca antes esse ritmo teve espaço aqui, no maior palco do estado. E hoje ele tem", afirmou emocionado o secretário Johnny Everson. “Cuiabá é Tchôw celebra o que é nosso, o que nos diferencia: do siriri ao peixe assado, da cerâmica ao artesanato, da dança ao sotaque. A cidade inteira cabe dentro desse programa.”
A realização do festival foi fruto de uma verdadeira força-tarefa da Secretaria Municipal de Cultura, que uniu planejamento, mobilização artística e coragem institucional para romper as barreiras do preconceito e abrir espaço para a arte popular que há décadas movimenta multidões nas comunidades da capital.
E assim, entre sons eletrônicos, coreografias ousadas e homenagens ao mestre Chico Gil, que deu nome ao festival e foi o precursor do Lambadão moderno, Cuiabá reafirmou seu compromisso com a cultura viva, de raiz, de chão batido e sapato gasto.
Parabéns à gestão municipal por enxergar na cultura popular não apenas entretenimento, mas instrumento de inclusão, identidade e pertencimento. E parabéns, claro, ao povo cuiabano — que mais uma vez mostrou que sabe fazer da música um ato de resistência e celebração.
