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EDSON GUILHERME Domingo, 13 de Julho de 2025, 13:16 - A | A

Domingo, 13 de Julho de 2025, 13h:16 - A | A

ALTA COSTURA

Diplomacia, alfaiataria e tarifas: o novo desafio da moda nacional

A medida é vista como um verdadeiro balde de gelo no backstage

 

O mundo da moda, sempre atento às passarelas, agora volta os olhos para os bastidores da diplomacia internacional. A recente medida anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa adicional de 50% sobre bens brasileiros exportados ao país, acendeu o alerta não apenas entre economistas — mas principalmente entre os nomes da indústria têxtil e criativa do Brasil.

 

Com uma exportação anual que ultrapassa os R$5,5 bilhões em têxteis e confeccionados, sendo cerca de R$387 milhões destinados aos Estados Unidos, o setor de moda nacional pode ver um de seus mercados mais estratégicos se estreitar drasticamente. O impacto é direto sobre segmentos icônicos como a moda praia, a lingerie autoral e o casual sofisticado brasileiro, reconhecidos internacionalmente por sua qualidade e estilo tropical com alma cosmopolita.

 

Em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última quarta-feira (9), Trump deixou claro que a nova taxa vale para todo e qualquer produto brasileiro — o que, segundo Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), “quase inviabiliza a competitividade dos nossos produtos naquele mercado”.

 

O timing é especialmente amargo: no primeiro semestre deste ano, as exportações brasileiras de têxteis aos EUA haviam registrado um crescimento de 13%, sinalizando uma retomada elegante e consistente do prestígio da moda nacional fora do eixo sul-americano.

 

Para os ateliês e marcas premium que desfilam em Miami, Nova York e Los Angeles — e que frequentemente figuram em editoriais da Vogue e campanhas globais — a medida é vista como um verdadeiro balde de gelo no backstage. A etiqueta "Made in Brazil", que vinha conquistando espaço nas araras internacionais, poderá agora enfrentar vitrines mais fechadas.

 

Em tempo: o momento exige, mais do que nunca, articulação política e criatividade estratégica da indústria criativa. Porque se há algo que a moda brasileira sempre soube fazer com maestria é transformar adversidade em inovação — com costura firme, tecido nobre e visão de mundo.


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