“Ao pedir para ver o celular dela, Igor ficou enciumado e quis conversar”, relatou a delegada Victória Lisboa, que está à frente das investigações, sobre o caso da mulher espancada pelo namorado no elevador de um condomínio em Natal (RN). A agressão aconteceu no último sábado (26), após uma discussão motivada por ciúmes durante um churrasco entre amigos, envolvendo Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, e Juliana Garcia dos Santos, de 35 anos.
De acordo com a delegada, a situação escalou após Igor pedir para acessar o celular da companheira, Juliana Garcia. Ao visualizar mensagens no aparelho, ele teria demonstrado ciúmes e iniciado uma discussão. Testemunhas também relataram que, após a discussão, o agressor jogou o celular da namorada na piscina.
"Durante o churrasco, ele solicitou para ver o celular dela. Ao notar as mensagens, ficou enciumado e quis conversar", explicou a delegada. Depois do desentendimento, Igor tentou recolher seus pertences da casa de Juliana e entrou no elevador do condomínio. A vítima o acompanhou para tentar resolver o conflito.
No elevador, porém, a violência se tornou física. Apesar do pedido de Igor para que ela saísse do local, Juliana, receosa de ser agredida no corredor onde não há câmeras, permaneceu dentro do elevador. Foi então que ele desferiu mais de 60 socos contra ela, segundo as imagens captadas pelas câmeras de segurança.
A vítima ainda detalhou que, no momento da agressão, Igor ameaçou matá-la. “Ele disse que eu iria morrer e começou a me bater. Eu não apaguei, mas também não estava consciente o suficiente para me lembrar de tudo o que ele falou naquele momento.”
Este não teria sido o primeiro episódio de agressão entre o casal. Juliana relatou anteriormente à polícia que já havia sofrido violência psicológica e física, incluindo empurrões. Além disso, a vítima contou que chegou a mencionar pensamentos suicidas, que teriam sido desencorajados por Igor de maneira negativa.
Após o ataque, Igor foi preso em flagrante e levado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). Juliana foi encaminhada ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, onde permanece estável, consciente e medicada. No entanto, o inchaço facial ainda é muito intenso, impossibilitando uma cirurgia imediata, prevista para os próximos dias.
Igor Cabral, ex-atleta da seleção brasileira de basquete 3x3, afirmou em depoimento que a agressão teria sido motivada por um "surto claustrofóbico". Segundo ele, Juliana teria impedido sua entrada em casa, o que desencadeou o episódio violento.
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte segue investigando o caso, que pode ser indiciado como tentativa de feminicídio, dependendo do avanço das apurações.
