Ana Carolina Oliveira, atualmente vereadora na cidade de São Paulo, carrega em sua trajetória uma história que comoveu o Brasil em 2008. Na época, sua filha Isabella Nardoni, de apenas cinco anos, foi brutalmente assassinada, jogada da janela do sexto andar por Alexandre Nardoni, pai da criança, e Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella. O crime chocou o país e marcou para sempre a vida de Ana Carolina, então uma jovem mãe que passou a lutar incansavelmente por justiça.
Anos depois, Ana Carolina ressignificou sua dor e se lançou na política. Em sua primeira eleição, tornou-se a vereadora mais votada da história da cidade de São Paulo. No legislativo paulistano, ela dedica seu mandato principalmente à defesa dos direitos das crianças e das mulheres vítimas de violência, com projetos voltados à proteção, acolhimento e prevenção.
Em entrevista exclusiva ao Pleno.News, Ana Carolina detalhou algumas dessas propostas e falou abertamente sobre seu posicionamento contra as chamadas “saidinhas” temporárias de presos. Alexandre Nardoni, condenado a 32 anos de prisão pelo assassinato de Isabella, atualmente cumpre pena em regime aberto após 16 anos de reclusão. A vereadora revelou seu temor de encontrá-lo casualmente nas ruas.
“O medo existe, e não é só meu. Muitas mães e vítimas vivem essa mesma angústia ao saber que quem causou tanto sofrimento está circulando livremente. Precisamos rever isso pela segurança e pelo respeito às famílias que sofrem”, afirmou.
Além das questões políticas, Ana Carolina falou pela primeira vez sobre a experiência de se tornar mãe novamente após a tragédia. Hoje, casada, ela tem dois filhos e relatou o desafio de lidar com os traumas e os receios ao longo da nova maternidade. Emocionada, contou como lida com a memória de Isabella no dia a dia e como fala sobre a irmã mais velha para as crianças.
Ao tocar no tema do perdão, Ana Carolina fez questão de ressaltar que essa atitude é, antes de tudo, um processo pessoal. “Perdoar não significa esquecer ou minimizar. É sobre mim, sobre não carregar o peso do ódio e conseguir seguir em frente pela minha família e por quem eu sou”, declarou.
O caso Isabella Nardoni permanece como um dos crimes mais emblemáticos do país, mas a história de Ana Carolina Oliveira também se tornou um exemplo de força, resiliência e compromisso com a proteção de outras vidas.