A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu investigação sobre a denúncia do abandono de um casal de passageiros idosos no Aeroporto de Brasília. Segundo a família, apesar do pedido de acompanhamento, após o desembarque, ambos foram deixados pela empresa aérea Latam na mureta de cimento do jardim fora do terminal.
Antonia Costa Batista, 80 anos, e o marido, Antonio Batista, 86, vivem em Tabuleiro do Norte (CE). A idosa não anda, tem diabetes, pressão alta e água no pulmão. Passou por cirurgia na cabeça e precisa de cadeira de rodas e assistência especial. Já o idoso tem problemas no coração e, embora consiga andar, se locomove com dificuldade.
Em busca de tratamento para dona Antônia, o casal embarcou em Fortaleza (CE) com destino a Brasília, por voltas 4h45 da madrugada de domingo (29/6). Segundo a empresária e filha dos idosos, Eleni Costa Batista, 54, a família solicitou acompanhamento à Latam. O voo aterrissaria no DF às 7h25.
“Fiquei no portão esperando o desembarque e eles não chegavam. Perguntava para todo mundo. Me disseram que aquilo seria normal e que meus pais estavam vindo. Então recebi uma mensagem do meu irmão de Fortaleza. Uma pessoa encontrou eles e ficou com pena. Mandou uma foto deles sentados, em uma barra de cimento”, relatou.
A mensagem chegou por volta das 9h. Uma pessoa viu os idosos abandonados e se comoveu. Percebendo a gravidade da situação, conseguiu, por iniciativa própria, entrar em contato com o irmão de Eleni em Fortaleza, olhando o celular de dona Antônia. Só então, o irmão mandou uma mensagem informando onde os pais estavam.
Desesperada, Eleni buscou o local no terminal. “Eu avistei eles. Minha mãe estava chorando. Meu pai foi buscar uma água para ela. A mulher que mandou a mensagem estava ao lado deles. Fiquei em pânico. Minha mãe não anda. Colocaram ela em uma mureta de cimento. Não dava para sentar direito. Ela estava escorada quase caindo”, contou.
Perdida
Segundo Eleni, dona Antonia tremia de frio. “Não entendi porque fizeram isso. Podiam ter deixado eles lá dentro, sentados em cadeiras. Mas colocaram fora do aeroporto. Minha mãe disse que chegou a questionar um funcionário: ‘Como vou ficar? Se eu não ando’. E ele teria dito que precisaria levar a cadeira de rodas para dentro”, denunciou a empresária.
“Trataram eles como se fossem lixo. Não consigo acreditar. Minha mãe chorando de frio, medo e angústia. E meu pai procurando água. Ele não sabe ler. A sorte é que ela conseguiu a ajuda de uma mulher”, desabafou a filha. A família registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil do DF e estuda, também, entrar com uma ação na Justiça contra a Latam.
Eleni lembra das palavras da mãe quando foi encontrada. “Minha mãe falou: ‘Eu achei que vocês não iam me achar mais. Achei que estava perdida'”, relembrou. “Esse episódio me causou profunda dor, revolta e indignação. Não é apenas uma falha. É uma violência contra dois idosos vulneráveis, doentes e em situação de risco”, bravejou.
Outro lado
A Latam afirmou que o serviço de acompanhamento e assistência foi prestado. Segundo a empresa, o casal de idosos teria pedido para aguardar os parentes na área externa do aeroporto e dispensado o acompanhante.
A Latam Airlines Brasil informa que prestou o serviço de acompanhamento e assistência dos passageiros e, ao desembarcar em Brasília, eles optaram por aguardar a chegada de seus familiares na área externa do aeroporto, dispensando o serviço de acompanhante. O colaborador que os acompanhava tentou contato telefônico com os familiares, sem sucesso.
A Latam lamenta o incômodo causado pelo ocorrido e reitera seu cuidado com a segurança e o bem-estar dos passageiros.
Joselino Almeida matos 02/07/2025
A latam vem tratando os passageiros com o objetos, funcionários criando obstáculos, meu atendimento, falta gerenciamento nessa empresa
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