A grave crise financeira enfrentada pelas Forças Armadas em 2025 já começa a afetar diretamente ministros do governo Lula, que estão tendo dificuldade para embarcar em viagens oficiais pelos aeroportos brasileiros.
A escassez de recursos compromete o abastecimento e a manutenção dos jatos da Força Aérea Brasileira (FAB), responsáveis pelo transporte de autoridades.
Segundo apuração da Folha de São Paulo, a frota de dez aeronaves operada pelo Grupo de Transporte Especial (GTE) da FAB tem apenas três aviões em operação constante.
Os outros sete permanecem a maior parte do tempo no solo, por falta de combustível, peças e capacidade de manutenção. A situação tem provocado atrasos e cancelamentos nas agendas de ministros que não estão no topo da lista de prioridades para uso dos aviões oficiais.
Filas e frustração entre “autoridades“
A legislação que regula o uso da frota estabelece uma escala de prioridade, na qual ministros de pastas estratégicas como Justiça, Defesa, Fazenda e Casa Civil têm precedência. Também estão no topo da fila os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF). Os demais ministros precisam aguardar a liberação de um avião — o que, diante do atual cenário, tem sido cada vez mais raro.
A escassez de voos tem gerado incômodo entre integrantes do governo. Alguns ministros já manifestaram frustração nos bastidores por não conseguirem confirmar seus deslocamentos, mesmo para compromissos oficiais, e também ignorando a existência de uma vasta malha aérea a partir de Brasília com voos comerciais.
Cortes no orçamento agravam situação
O Ministério da Defesa foi uma das pastas mais afetadas pelos cortes orçamentários promovidos para o ajuste fiscal. Em 2025, a pasta perdeu cerca de R$ 2,6 bilhões em recursos, o que afetou diretamente a operação das aeronaves da FAB.
Em nota, a Força Aérea informou que as restrições orçamentárias “impactam não apenas o reabastecimento das aeronaves, mas todo o ciclo de operação e manutenção da frota“. A FAB destacou ainda que “há limitações na aquisição de lubrificantes, peças de reposição e na realização de reparos em motores“, o que compromete a plena disponibilidade dos aviões e dificulta o cumprimento das missões oficiais.