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ARTIGOS Sexta-feira, 01 de Agosto de 2025, 10:22 - A | A

Sexta-feira, 01 de Agosto de 2025, 10h:22 - A | A

POR NAIME MÁRCIO MARTINS MORAES

Heróis de sangue e vaidade: o poder vale mais que o povo

Naime Márcio Martins Moraes

 

* Naime Márcio Martins Moraes

 

Vivemos dias difíceis. O clima de instabilidade e tensão paira como uma nuvem densa sobre nossa sociedade. A polarização política contaminou famílias, igrejas, comunidades e até mesmo o senso comum. Cada lado se agarra à sua própria “verdade”, transformando convicções em trincheiras ideológicas, alimentadas por acusações mútuas, manipulações e especulações.

 

E o espetáculo continua! De um lado, temos os arautos da "esquerda", esses virtuosos da contradição, que aplaudem com fervor os mesmos líderes que lhes raparam o bolso, fechando os olhos para as fortunas ilícitas de seus "salvadores", exibem fotos de líderes sanguinários em suas camisetas, enquanto apontam o dedo, com a moralidade de um puritano, para o sucesso de quem ousa trabalhar honestamente. Do outro, a "turma do barulho", aquela que tem a língua afiada para discursos inflamados, mas as mãos flácidas para a ação, preferindo tecer discursos mirabolantes a realmente resolver algo.

 

Nada disso é novo. A humanidade repete seus erros com espantosa precisão. Os atores mudam, os cenários se alternam, ora em Roma, ora em Havana, ora em Caracas, ora em Brasília, mas as vaidades, ambições, injustiças e manipulações permanecem iguais. Grandes pensadores, em sua sabedoria, já nos alertavam. Sun Tzu, lá em seus idos antes de Cristo, sentenciava que "O homem mau queimará sua própria nação para iluminar seu caminho (Nero-Roma 64 d.C)." Um visionário! Millôr Fernandes, com sua acidez habitual, ironizava que "O Brasil é o único país onde os ratos conseguem expulsar o gato." E, para coroar a galeria da ironia, Eça de Queiroz nos presenteou com a imperecível máxima: "Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão." Quantos poetas e filósofos não se reviram em seus túmulos diante da constância da nossa mediocridade política?


Por volta de 55 a.C., Marco Túlio Cícero já advertia que, mesmo a melhor das leis, quando entregue às mãos de juízes ou políticos corruptos, perde sua eficácia e se transforma em instrumento de injustiça.

 

A história romantizou tiranos. Pedro, o Grande, idolatrado por expandir a Rússia, construiu seu império com sangue e repressão. Che Guevara, símbolo de rebeldia, executou opositores sem julgamento. Fidel Castro, elevado a herói por muitos, reprimiu a liberdade de expressão por décadas, condenando o povo a viver na pobreza, enquanto viveu no luxo. Hugo
Chávez, hoje um mártir para alguns, mergulhou a Venezuela em miséria, censura e perseguição. A China país comunista já começa a ser admirada, enquanto países democráticos são demonizados.

 

A tragédia bate à nossa porta, com requintes de crueldade, a população ignora o amor ao próximo e se apaixona por líderes caricatos. Líderes que, sob o manto diáfano de discursos de igualdade e justiça social, elogiam e estedem tapetes para ditadores, já praticam a tirania disfarçada, escondem ambições despóticas que fariam Maquiavel corar de vergonha.

 

Mas, fazendo coro com os pensadores, a Bíblia, sempre atual em sua verdade, já bradava: "Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal" (Isaías 5:20). E o "ímpio aceita suborno em segredo para perverter as veredas da justiça" (Provérbios 17:23). Há quanto tempo estamos avisados? Séculos, milênios? Mas a humanidade, insiste em não aprender.

 

O povo… pobre povo. Segue como massa de manobra nas mãos de oportunistas. Vendem sua dignidade por promessas que nunca se cumprem, trocam sua liberdade por migalhas lançadas como iscas. Não votam com consciência, mas com desespero. Não enxergam princípios, apenas rostos, rostos que idolatram como se fossem salvadores, mas são lobos famintos, que disputam não ideias, mas tronos.

 

Ufa! Vamos cantar, pois quem canta espanta seus males. As músicas dos anos 70 ainda se encaixam nos dias de hoje? Frases como: “Hoje você é quem manda, falou, tá falado, não tem discussão...” (Chico Buarque, 1970), ou “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia, você vai se dar mal, etcetera e tal...” continuam atuais e provocativas. E o que dizer de versos como “Pai, afasta de mim esse cálice, de vinho tinto de sangue, como beber dessa bebida amarga...” (Chico Buarque e Gilberto Gil, 1973)? Ou a energia de “Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré, 1968)? Essas músicas são retratos de uma época de luta e resistência.

 

Será meus caros, que a solução, reside em partidos ou em líderes caricatos, performáticos? NÃO! A resposta, se é que ela existe, jaz na lucidez. No despertar de uma geração que não se curva diante de sistemas corruptos, que não barganha a verdade.

 

Que o Brasil não se perca em um surto de cegueira e repita os desastres da Venezuela, as prisões da alma cubana, ou a arrogância desmedida da Rússia imperial. Que nossos filhos não sejam condenados a herdar um país devastado pelas vaidades políticas e pelas mentiras ideológicas, um legado de tragédias e enganos que poderiam ter sido evitados!


Heróis ou Tiranos? ACORDA!

Naime Márcio Martins Moraes
 

Por Naime Márcio Martins Moraes – advogado e professor universitário.

 

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