O Governo Federal vai injetar R$ 12,4 bilhões nos Ministérios da Fazenda e da Previdência para reforçar o caixa e conter os efeitos do crescente rombo fiscal. A medida foi oficializada por meio de portaria do Ministério do Planejamento publicada nesta quinta-feira (29) no Diário Oficial da União (DOU). Para viabilizar essa realocação orçamentária, recursos de outras áreas serão cancelados.
Do montante total, R$ 7,9 bilhões serão direcionados ao Ministério da Previdência para garantir o pagamento de aposentadorias, pensões e demais benefícios previdenciários. O repasse ocorre em meio a um cenário de pressão sobre as contas públicas, mas não está vinculado aos recentes escândalos envolvendo devolução de valores indevidos.
Já R$ 3,4 bilhões serão destinados à subvenção econômica em operações de investimento rural. O objetivo é conter os impactos negativos gerados pela suspensão e posterior divulgação do Plano Safra, além de estimular o agronegócio — setor que, apesar de não ser prioridade declarada da atual gestão, é reconhecidamente um dos mais fortes pilares da economia nacional.
Parte dos recursos também será utilizada em programas como o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e o Programa Emergencial de Reconstrução de Municípios Afetados por Desastres Naturais.
Apesar das medidas, cresce a preocupação com o aumento constante das despesas públicas e a ausência de políticas efetivas de contenção de gastos. O desequilíbrio entre arrecadação e gastos compromete a credibilidade fiscal do país e desafia a atual equipe econômica a encontrar soluções sustentáveis.
Reprodução redes sociais

Thiago Pacheco é especialista em finanças, mercado, controladoria, agronegócios e ESG, com mais de 20 anos de atuação no setor financeiro, passagens por grandes bancos internacionais e pelos principais players do agronegócio. É também professor, mentor no mercado financeiro e CEO do Elevare Institute.
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