A força-tarefa montada para apurar os escândalos de fraudes contra aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) abriu uma nova e alarmante linha de investigação. O foco agora recai sobre empréstimos consignados liberados com aval do INSS — muitos deles contratados sem qualquer autorização dos beneficiários.
Segundo o blog da jornalista Daniela Lima, da GloboNews, a Dataprev também passou a ser alvo das apurações, junto ao INSS. Dados de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) revelam que apenas em 2023 foram registradas 35 mil reclamações relacionadas à liberação indevida de empréstimos. A suspeita é de que a prática de fraudes sistêmicas afeta milhares de segurados, e que o prejuízo total pode superar bilhões de reais.
As investigações apontam que nem mesmo a adoção de biometria — medida que deveria impedir fraudes — foi suficiente para barrar o esquema, indicando falhas graves nos sistemas de segurança e controle da Previdência.
A dimensão financeira dessa nova frente é maior do que o escândalo já exposto sobre descontos indevidos por associações fantasmas, que envolve cerca de R$ 6 bilhões. Só no ano passado, o volume total de empréstimos consignados liberados pelo INSS chegou a R$ 89,5 bilhões, segundo os números levantados pela reportagem.
Entre os casos citados está o da aposentada Maria da Glória, de Porto Alegre. Há mais de uma década ela recebe pensão pela morte do marido e, atualmente, convive com quatro empréstimos consignados ativos que nunca solicitou. Além disso, já precisou encerrar judicialmente outros 41 contratos irregulares. Apenas três dos empréstimos em seu nome foram, de fato, autorizados por ela.
O caso amplia a pressão sobre o governo federal e as instituições envolvidas na gestão da Previdência, acendendo um alerta sobre a necessidade urgente de revisão nos mecanismos de liberação de crédito e de responsabilização dos envolvidos na fraude.
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