Secom Câmara - Foto Ednei Rosa
Em uma sessão ordinária marcada por discursos contundentes e descontentamento crescente, vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá criticaram abertamente a condução da Secretaria Municipal de Saúde e sugeriram mudanças imediatas no comando da pasta.
A insatisfação atingiu até mesmo aliados do prefeito Abilio Brunini (PL), como o vereador Ilde Taques (PSB), que declarou que a atual secretária, Lúcia Helena Barboza, está desalinhada com o ritmo e as expectativas da gestão municipal
Taques, defensor frequente do Executivo, surpreendeu ao subir à tribuna para sugerir que a médica deveria considerar deixar o cargo. “Ou entra no time do prefeito ou pede pra sair”, disparou.
O parlamentar destacou que, ao contrário de outras secretarias como Obras e Limpeza Urbana que, segundo ele, têm apresentado resultados visíveis a Saúde tem ficado aquém, sem atender sequer às demandas básicas dos vereadores.
O tom crítico foi reforçado por Daniel Monteiro (Republicanos), representante da ala independente da Câmara, que apontou diretamente falhas estruturais na oferta de serviços à população.
“Se ela está sendo um obstáculo entre o munícipe e uma saúde decente, tem que sair”, afirmou o vereador, que também cobrou do Executivo maior responsabilidade pelas deficiências apontadas.
Monteiro denunciou ainda a situação crítica na Unidade Básica de Saúde do bairro Terra Nova, onde a farmácia encontra-se fechada por falta de pessoal. Segundo ele, a escassez de medicamentos e profissionais está a comprometer seriamente o atendimento.
A própria Prefeitura reconheceu o problema em nota oficial, justificando que a ausência de farmacêuticos e a recusa de muitos convocados no último concurso dificultam a recomposição das equipes.
O episódio revela um desgaste na relação entre a base aliada e a administração municipal, ao mesmo tempo em que expõe fragilidades da rede de saúde pública da capital mato-grossense.