Durante uma manifestação realizada na tarde deste domingo (3), na Praça 8 de Abril, em Cuiabá, os prefeitos Abilio Brunini (PL), da capital, e Flávia Moretti (PL), de Várzea Grande, defenderam abertamente a candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2026.
Ambos descartaram qualquer outro nome da direita para a próxima disputa presidencial, mesmo diante da inelegibilidade de Bolsonaro, que está impedido de concorrer até 2030.
Acompanhados de apoiadores, os dois gestores apostaram na “virada de chave” do bolsonarismo em Mato Grosso para justificar o otimismo em um eventual retorno do ex-presidente ao poder. Abilio citou o aumento no custo de vida para sustentar o discurso de insatisfação popular com o atual governo, e afirmou que “o povo vai responder nas urnas”.
“Nós estamos aqui hoje porque nosso país não está certo. O café está caro, a gasolina está cara, a picanha está cara. Essa manifestação só não é maior pelo medo do povo com as retaliações. Mas nas urnas, esse povo vai mostrar de que lado está”, declarou o prefeito da capital, diante de gritos de apoio.
Flávia Moretti foi mais enfática. Mesmo sem citar diretamente as pesquisas que apontam o presidente Lula na liderança das intenções de voto, a prefeita de Várzea Grande convocou os presentes a manterem a mobilização até 2026. Disse estar “louca para pedir votos” e puxou coros de “Bolsonaro 2026”.
“Se em 2024 eu e Abilio conseguimos virar a chave em Cuiabá e Várzea Grande, agora é a hora. 2026 já começou. É hora da liberdade, é hora de gritar pelo nosso capitão. Estou pronta para pedir voto e gritar Bolsonaro 2026”, afirmou.
Jair Bolsonaro está atualmente inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em dois processos.
A inelegibilidade vale por oito anos a partir de 2022, o que o impede de disputar qualquer cargo eletivo antes de 2030.
O evento em Cuiabá fez parte de uma série de atos organizados por apoiadores do ex-presidente em diferentes regiões do país.
Entre bandeiras do Brasil, camisetas da Seleção e faixas com mensagens contra o governo e o STF, o movimento reforçou o sentimento de fidelidade a Bolsonaro, mesmo em meio às restrições jurídicas que o impedem, por ora, de voltar às urnas.