O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), manifestou sua insatisfação com a recente medida anunciada pelo governo federal, que prevê a isenção do Imposto de Renda (IR) para contribuintes que ganham até R$ 5 mil mensais.
A proposta, parte do pacote de corte de gastos do governo Lula, tem gerado preocupações entre os estados, com Mendes estimando uma perda anual de R$ 700 milhões para Mato Grosso.
O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última quinta-feira (28), e integra um pacote que busca economizar R$ 70 bilhões em dois anos.
Contudo, a medida foi criticada por autoridades mato-grossenses, que apontam a ausência de compensações financeiras.
A isenção pode afetar a arrecadação em estados e municípios que dependem do imposto para financiar seus regimes próprios de previdência social.
Mendes destacou que a redução de receita compromete a estabilidade financeira local, citando ações de sua gestão que reduziram alíquotas do ICMS em 2022 sem prejuízo às contas públicas.
"Se o governo mexe na nossa receita, ele precisa compensar. Como isso será feito? Essa é a grande questão", afirmou.
Além do impacto direto na arrecadação, o governador ressaltou que medidas similares, como a limitação do crescimento do salário mínimo e o combate a supersalários, também podem repercutir negativamente no mercado.
A repercussão já se reflete na cotação do dólar, que atingiu um recorde de R$ 6, enquanto o euro foi negociado a R$ 5,54.
Embora a isenção do IR tenha como objetivo aliviar a carga tributária para trabalhadores, Mendes argumenta que a falta de um plano de compensação adequado pode prejudicar investimentos e serviços públicos no estado.
"Depois de um mês falando em cortes, o primeiro passo foi cortar receita. Isso é um equívoco", disse o governador, reforçando que Mato Grosso já enfrenta desafios na saúde e infraestrutura.
O mercado também reagiu mal às medidas, evidenciando a necessidade de ajustes mais bem planejados e dialogados com estados e municípios.