Victor Ostetti Midianews
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), manifestou preocupação nesta sexta-feira (18) com os impactos políticos da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impôs uma tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo ele, o país corre o risco de mergulhar em uma grave crise institucional caso falte “lucidez e sensatez” às autoridades envolvidas.
Durante evento em que assinava ordens de serviço para obras de duplicação da BR-163, Mendes comentou os desdobramentos da operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também determinou restrições ao uso de redes sociais por Bolsonaro. O ex-presidente é investigado por suposta tentativa de golpe de Estado.
“Eu clamo para que nós tenhamos de todas as autoridades, nesse momento, um pouco de lucidez e sensatez. O Brasil não pode ser mergulhado numa grande crise institucional por conta de medida de A, de B ou de C”, declarou o governador.
Mauro Mendes evitou fazer julgamentos sobre os fundamentos da decisão judicial, mas fez questão de destacar o comportamento de Bolsonaro diante das investigações.
“As declarações do ex-presidente nos últimos dias foram extremamente sensatas e equilibradas. Não vi, em nenhum momento, ele jogando lenha na fogueira”, avaliou. Para o governador, Bolsonaro tem se mostrado “lúcido” e “coerente” mesmo sob pressão.
Apesar da defesa do ex-presidente, Mendes criticou com firmeza o posicionamento do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair Bolsonaro. O parlamentar, que está nos Estados Unidos, tem feito duras declarações públicas e mantém articulação com setores ligados ao ex-presidente americano Donald Trump.
“As declarações do Bolsonaro foram declarações lúcidas. Já as do filho dele são declarações altamente reprováveis”, completou.
Ao ser questionado se considerava exagerada a imposição da tornozeleira eletrônica, Mendes preferiu não comentar por não ter acesso aos elementos da decisão judicial. Ainda assim, o tom do discurso foi de alerta e de apelo à racionalidade.