A fuga de dois detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, no sábado (5), provocou forte reação do governador Mauro Mendes, que classificou o episódio como uma falha inaceitável na segurança pública.
Os presos, que estavam autorizados a realizar trabalhos fora da unidade, escaparam do Raio 1, setor destinado justamente aos detentos de menor periculosidade.
Durante entrevista concedida à imprensa nesta segunda-feira (7), Mendes informou que cobrará respostas imediatas do secretário de Justiça, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, e dos responsáveis pela Polícia Penal.
O governador demonstrou indignação ao afirmar que “não é admissível uma falha desse porte em uma estrutura como a PCE. Alguém errou, e isso precisa ser esclarecido”.
Os fugitivos foram identificados como Henrique Darlan de Oliveira Melo, de 23 anos, e Cristopher Allef Silva Santana, de 24. Ambos integravam o grupo de internos autorizados a realizar atividades laborais fora dos muros do presídio. A fuga foi registrada por câmeras de segurança e rapidamente circulou nas redes sociais e em grupos de mensagens.
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública confirmou a abertura de um procedimento interno para apurar as responsabilidades e garantir a recaptura dos detentos.
O governo estadual também prometeu reforçar os protocolos de vigilância em unidades com detentos em regime de trabalho externo.
Jidson 08/07/2025
Opinião: O Sistema Penal e o Risco do Caos Na minha humilde opinião, um preso que sai diariamente para o trabalho externo e retorna ao presídio passa a conhecer profundamente a rotina, os pontos fracos e as falhas da segurança. Essa vivência pode transformar-se numa oportunidade constante de fuga — pois ele está praticamente livre, observando tudo de perto. Com o efetivo cada vez mais reduzido, os servidores não conseguem manter a segurança nem entre si, o que torna o ambiente ainda mais vulnerável e perigoso. É lamentável constatar que o sistema penal, em vez de ser um instrumento de justiça e correção, está se tornando um verdadeiro balcão de negócios internos. A ideia de ressocialização, embora bonita no papel, muitas vezes é usada como argumento para aliviar a superlotação dos presídios — uma realidade que só piora. Enquanto isso, a estrutura e a segurança caminham para o colapso. Se o Brasil não promover uma reforma séria e urgente no Código Penal, estaremos diante de um caos inevitável nos próximos anos. É hora de encarar os fatos com responsabilidade e coragem.
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