A cidade de Cuiabá pode estar à beira de um colapso fiscal silencioso, com perdas estimadas em R$ 4 bilhões por ano em arrecadação. O alerta foi feito pela vereadora Michelly Alencar (UB) durante a apresentação do Plano de Trabalho do Termo de Cooperação Técnica firmado entre a Câmara Municipal de Cuiabá e o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), que prevê a construção das Diretrizes Estratégicas para o Desenvolvimento Socioeconômico de Cuiabá – Horizonte 2026.
A iniciativa visa reposicionar a capital mato-grossense como protagonista no cenário estadual, definindo estratégias de médio prazo para garantir o crescimento sustentável da cidade nos próximos anos. A execução está prevista para o período entre junho de 2025 e junho de 2026.
Durante o encontro, a vereadora Michelly Alencar enfatizou a urgência de medidas concretas para corrigir distorções fiscais e evitar que a capital perca ainda mais espaço no ranking econômico do Estado.
“Hoje, Cuiabá deixa de arrecadar aproximadamente R$ 4 bilhões por ano. Apenas com ICMS, segundo dados do TCE, o município deveria receber R$ 320 milhões, mas recebe cerca de R$ 40 milhões. Essa diferença é inadmissível”, afirmou Michelly.
“Se temos consciência desse cenário, não podemos aceitar que isso continue acontecendo. Precisamos planejar, agir e executar”, completou.
Além do aspecto técnico e econômico, Michelly pontuou que o plano também prevê ações de conscientização nas escolas, com foco na educação fiscal como ferramenta pedagógica.
“Queremos que nossos estudantes entendam desde cedo a importância de temas como arrecadação e gestão pública. Isso impacta diretamente na qualidade dos serviços que chegam até eles: na merenda, no transporte, no posto de saúde. Formar uma nova geração consciente é fundamental para mudar essa realidade”, disse a parlamentar.
A construção do Plano de Diretrizes Estratégicas prevê a atuação em nove áreas-chave:
A apresentação oficial foi realizada pelos consultores técnicos e jurídicos do TCE-MT, André Luis Torres e Maurício Munhoz Ferraz, no último dia 11 de junho. Na ocasião, o consultor André Torres reforçou a importância da parceria entre os órgãos de controle e fiscalização para além das auditorias.
“É uma alegria contribuir com esse projeto sob a liderança da vereadora Michelly e da presidente da Câmara, Paula Calil. Essa união é essencial para construir um plano que de fato transforme Cuiabá”, afirmou Torres.
Estudos indicam que, caso nenhuma medida seja adotada, Cuiabá pode cair do 1º para o 4º lugar no ranking das economias mato-grossenses. Para Michelly, o Termo de Cooperação é a chance de mudar esse rumo.
“Se queremos uma Cuiabá preparada para o futuro, precisamos começar agora. Esse plano é um chamado à ação. É nosso compromisso com a cidade e com cada cidadão cuiabano”, finalizou.
