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POLICIAL Sábado, 17 de Maio de 2025, 10:30 - A | A

Sábado, 17 de Maio de 2025, 10h:30 - A | A

CASO RENATO NERY

MP denuncia PM e caseiro por assassinato de advogado em Cuiabá; crime teve promessa de R$ 150 mil

Segundo a acusação, o crime foi cometido de forma premeditada, com agravantes que incluem: promessa de recompensa, perigo comum, dificuldade de defesa da vítima e idade avançada.

Da Redação

 

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) denunciou o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva pelo homicídio qualificado do advogado Renato Gomes Nery, de 72 anos. O crime ocorreu no dia 5 de julho de 2024, em frente ao escritório da vítima, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá. A denúncia foi protocolada na última quinta-feira (15) pelo Núcleo de Defesa da Vida do MPMT.

Segundo a acusação, o crime foi cometido de forma premeditada, com agravantes que incluem: promessa de recompensa, perigo comum, dificuldade de defesa da vítima e idade avançada. Heron e Alex também foram denunciados por fraude processual, devido às tentativas de ocultar provas e atrapalhar as investigações, e por organização criminosa. Além disso, o PM Heron Vieira foi acusado de abuso de autoridade, por uso indevido do cargo público.

As investigações revelaram que o assassinato foi cuidadosamente planejado. Alex, sob a coordenação de Heron, monitorou a rotina do advogado e executou os disparos com uma pistola Glock adaptada para tiros em rajada. A motivação seria uma disputa judicial envolvendo interesses fundiários e financeiros. O homicídio foi cometido em via pública, colocando em risco a integridade de outras pessoas que passavam pelo local.

Após o crime, Alex teria queimado objetos utilizados na ação e trocado diversas vezes de aparelho celular para dificultar o rastreamento. A dupla ainda tentou esconder a motocicleta usada na fuga.

A denúncia é assinada pelos promotores de Justiça Élide Manzini de Campos, Rinaldo Segundo, Samuel Frungilo e Vinicius Gahyva Martins.

Conexão com outro crime: mesma arma usada em duplo homicídio

O caso do assassinato do advogado está diretamente ligado a outro episódio violento ocorrido dias depois, em 12 de julho de 2024, no Contorno Leste, próximo ao bairro Pedra 90, também em Cuiabá.

Na ocasião, quatro policiais militares — o sargento Jorge Rodrigo Martins, o cabo Wailson Alessandro Medeiros Ramos, o soldado Wekcerlley Benevides de Oliveira e o PM Leandro Cardoso — foram denunciados pelo homicídio de Walteir Lima Cabral e pela tentativa de homicídio de Pedro Elias Santos Silva e Jhuan Maxmiliano de Oliveira Matsuo Soma.

Inicialmente, os PMs alegaram que havia ocorrido um confronto armado. No entanto, a investigação desmontou a versão: as vítimas estavam desarmadas e a cena do crime foi manipulada para simular uma troca de tiros. Por isso, os quatro também foram denunciados por fraude processual e abuso de autoridade.

Segundo o Ministério Público, as vítimas haviam roubado um veículo e foram perseguidas pela polícia. Durante a abordagem, Walteir foi executado após tentar fugir, Pedro foi atingido no peito e sobreviveu, e Jhuan conseguiu escapar.

A perícia confirmou que a arma usada pelos policiais nessa ação é a mesma utilizada no assassinato do advogado Renato Nery — evidência que liga os dois crimes.

De acordo com o MPMT, os homicídios consumados e tentados foram praticados por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa das vítimas (ataque de surpresa) e com o objetivo de ocultar outros crimes, numa possível estratégia de eliminação de testemunhas e queima de arquivos.

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