Um dos protagonistas do escândalo que deixou mais de mil estudantes sem cerimônia de formatura em Mato Grosso e em outros estados, Márcio Júnior Alves do Nascimento, tenta deixar a prisão após se entregar à polícia na última quarta-feira (21).
Ele é investigado junto à esposa, Eliza Severino, pelo prejuízo estimado em R$ 7 milhões causado pelo encerramento repentino das empresas Imagem Eventos e Graduar Fotografia.
A defesa do empresário, representada pelo advogado Wander Martins Bernardes, entrou com um pedido de habeas corpus com liminar junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), argumentando que Márcio tem residência fixa, é réu primário e pai de uma criança de quatro anos que depende dele.
O advogado também destacou que o empresário se apresentou voluntariamente na Delegacia do Consumidor, em Cuiabá, entregou o celular com senha e prestou depoimento por mais de três horas.
Segundo a defesa, a prisão preventiva é desnecessária e Márcio estaria disposto a cumprir medidas cautelares, como não manter contato com vítimas ou testemunhas. O empresário nega qualquer intenção fraudulenta e atribui os cancelamentos de eventos à inadimplência de clientes, à alta nos custos dos fornecedores e aos efeitos da pandemia.
A Polícia Civil, no entanto, aponta que o encerramento das atividades das empresas foi cuidadosamente planejado e antecedido por ações voltadas a arrecadar mais dinheiro, configurando um possível esquema de estelionato.
A investigação, conduzida pela Operação Ilusion, deverá ser concluída até o final da próxima semana.
Horas após se entregar, Márcio foi submetido à audiência de custódia, mas teve a prisão mantida pela juíza Fernanda Kobayashi, da Central de Audiência de Custódia de Cuiabá.
