A China classificou como "infundadas" as acusações feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que Pequim teria descumprido um acordo comercial bilateral fechado no mês passado em Genebra. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (2), o Ministério do Comércio chinês afirmou que o país vem implementando ativamente o consenso firmado e acusou Washington de adotar novas ações restritivas que ameaçam a estabilidade das relações bilaterais.
As críticas da China foram uma resposta às declarações de Trump feitas na última sexta-feira, quando o presidente norte-americano acusou Pequim de violar o acordo ao manter tarifas e anunciou a elevação para 50% das taxas sobre importações de aço e alumínio. Embora o país asiático seja o maior produtor global de aço, suas exportações para os EUA caíram drasticamente após a imposição de tarifas de 25% em 2018.
O governo chinês também contestou medidas recentes adotadas pelos EUA, como o endurecimento de controles sobre exportação de chips de inteligência artificial, a proibição da venda de softwares de design de semicondutores para a China e a revogação de vistos para estudantes chineses. Segundo o ministério, essas ações "provocam unilateralmente novos atritos econômicos e comerciais".
O acordo firmado em Genebra previa a suspensão, por 90 dias, das tarifas de três dígitos aplicadas por ambos os lados e o compromisso da China de retirar restrições às exportações de metais estratégicos utilizados pela indústria americana de tecnologia e defesa. No entanto, os atritos se intensificaram antes do prazo, e Pequim prometeu tomar medidas enérgicas para proteger seus interesses, sem detalhar quais seriam.
As tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo voltam a crescer em meio a um cenário internacional de incertezas e podem afetar cadeias globais de produção e investimentos.