Uma história de manifestação, prisão e condenação tem gerado debate no Supremo Tribunal Federal (STF). Edinéia Paiva, uma faxineira de 38 anos e mãe de dois filhos, foi condenada a 17 anos de prisão por associação criminosa armada em julgamento virtual no STF. O ministro Alexandre de Moraes liderou a sugestão de pena, que também inclui a obrigação de dividir o pagamento de R$ 30 milhões em danos morais coletivos com outros condenados. O caso de Edinéia teve início em 8 de janeiro, durante manifestações na Esplanada dos Ministérios em Brasília. Segurando um terço e uma bíblia, ela buscava abrigo das bombas de gás usadas pela polícia para conter vândalos que depredavam prédios públicos. No entanto, ela acabou sendo presa e, segundo seu relato, tratada de forma agressiva, enquanto não havia qualquer arma branca em sua posse. A condenação de Edinéia levanta preocupações sobre a justiça no país. Seu advogado, Hélio Júnior, afirma que não há nenhum processo criminal anterior em seu histórico, e a pena de 17 anos para alguém que não cometeu homicídio ou roubo parece excessiva. A prisão afetou profundamente sua família, com seu marido enfrentando dificuldades financeiras e sua filha recebendo apoio da escola para lidar com a situação. Edinéia se defende afirmando que apenas participou das manifestações pacíficas em prol do ex-presidente Jair Bolsonaro e que o direito de manifestação não deveria ser confundido com associação criminosa armada. Ela busca apoio psicológico para enfrentar a possibilidade de voltar à prisão. O julgamento no STF teve votos divergentes dos ministros. Enquanto Alexandre de Moraes sugeriu a pena de 17 anos, outros ministros propuseram penas menores, e houve até quem a absolvesse de alguns crimes. Devido à divergência de votos, a defesa de Edinéia planeja recorrer da decisão no próprio STF.
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