Na próxima quinta-feira (4), os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) irão se reunir em Assembleia Geral Extraordinária para deliberar sobre a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado. O encontro acontecerá presencialmente no auditório da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat) em Cuiabá, bem como nos campi do Araguaia e Sinop, a partir das 13h30.

A decisão dos professores ocorre em meio a um cenário de reivindicações por melhorias salariais e condições de trabalho. Enquanto os técnicos-administrativos já estão em greve desde 14 de março, mantendo apenas os serviços essenciais em funcionamento, os docentes se preparam para aderir à paralisação a partir do dia 15 de abril.

Entre as principais demandas dos técnicos está a recomposição salarial de 34,32% em três parcelas, distribuídas nos anos de 2024, 2025 e 2026. Além disso, buscam um acordo com o Governo Lula para compensar as perdas salariais acumuladas de 2010 a 2016, que ultrapassam os 50%. Entretanto, até o momento, o governo não apresentou propostas concretas de reajuste a partir de 2024, oferecendo apenas 4,5% em 2025 e outros 4,5% em 2026.

Os técnicos também reivindicam a abolição do ponto eletrônico, o fim da terceirização, a destituição dos reitores interventores, bem como a garantia de uma carga horária de 30 horas semanais para todos os trabalhadores da categoria, entre outras demandas.

Caso a greve seja deflagrada, os estudantes que realizam estágio na UFMT têm até o dia 12 de abril para garantir a assinatura de seus contratos, a fim de evitar prejuízos em suas atividades profissionais.

A mobilização dos professores da UFMT não é um caso isolado. Indicativos de greve também foram levantados por docentes da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) e nos Institutos Federais em todo o país, incluindo aqueles sediados em Mato Grosso. A greve nacional está programada para começar também em 15 de abril.

A preparação para a paralisação nacional inclui uma série de assembleias em todo o país, realizadas entre 26 de março e 9 de abril. Comitês locais estão sendo formados para organizar a mobilização e discutir as pautas específicas de cada região. Após esse período, uma reunião da Associação Nacional dos Docentes (Andes) está marcada para o dia 10 de abril, com um prazo de 72 horas para informar ao governo e às reitorias sobre a decisão de iniciar a greve em 15 de abril.

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