A gestão do atual presidente da Unimed Cuiabá, Carlos Bouret, elevou de forma expressiva os gastos da cooperativa com consultorias, escritórios de advocacia, auditorias e outras terceirizações. Dados divulgados pelo portal Brasil Cooperado revelam que, em 2022 — último ano da gestão anterior —, os gastos com esse tipo de serviço foram de R$ 14,6 milhões. Já em 2024, sob Bouret, o montante saltou para R$ 31,8 milhões, mais do que o dobro do valor anteriormente empenhado.
Embora os gastos com terceirizações sejam comumente utilizados em discursos políticos internos na Unimed Cuiabá, a análise objetiva dos números é inevitável. Segundo dados do Instituto Brasileiro das Cooperativas (IBC), entre as 39 Unimeds de grande porte do país, a média dos gastos com terceirizados representa cerca de 1,3% do faturamento anual. No último ano da antiga gestão, os R$ 14,6 milhões representavam menos de 1% do faturamento da unidade cuiabana. Com Bouret, esse percentual saltou para quase 1,9%, colocando a cooperativa pela primeira vez entre as 10 Unimeds que mais gastam com terceirizações — mais precisamente na 7ª colocação do ranking nacional.
Um dos casos que mais chamam a atenção é o de um único escritório de advocacia que, atualmente, recebe mensalmente mais do que a soma de todos os escritórios contratados na gestão anterior. Ainda assim, o Conselho Fiscal da cooperativa tem se mantido em silêncio diante da escalada nos gastos.
Qualidade dos gastos é questionada
Mais do que o montante desembolsado, preocupa a efetividade dos serviços prestados. A Unimed Cuiabá vem enfrentando um grave cenário de perda de beneficiários, que já soma cerca de 25 mil vidas nos últimos meses. Enquanto operadoras concorrentes apresentam crescimento, a cooperativa cuiabana registra uma média negativa de mil vidas perdidas por mês. Se estivesse acompanhando o crescimento do setor, a Unimed deveria estar com aproximadamente 230 mil beneficiários, cinco mil a mais do que em março de 2023. No entanto, o número atual se aproxima de 200 mil, refletindo uma perda expressiva de mercado.
Essa retração implica em impacto direto no faturamento: estima-se que a Unimed Cuiabá esteja deixando de arrecadar mais de R$ 200 milhões por ano. Ainda assim, os profissionais contratados — sejam técnicos internos ou prestadores terceirizados — não têm conseguido apresentar soluções efetivas para reverter o cenário.
Diante disso, surge o questionamento: por que ampliar os investimentos em serviços terceirizados se os resultados não estão sendo entregues?
Tentativa de “influência política”
A situação ganhou contornos ainda mais delicados quando, durante Assembleia Geral Extraordinária realizada em 18 de maio do ano passado, o presidente Carlos Bouret admitiu ter buscado exercer “influência política” junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão regulador técnico do setor. A declaração, também registrada pelo Brasil Cooperado, causou desconforto entre cooperados, já que a ANS, por sua natureza, não deve ser objeto de articulação política.
A afirmação abre margem para dúvidas sobre os reais destinos dos recursos pagos a consultores e escritórios. Afinal, quanto mais pode estar sendo gasto — e com que finalidade — em tentativas de influenciar órgãos que, por lei, devem se manter imparciais?
O cenário exposto acende um alerta entre os cooperados da Unimed Cuiabá, que já enfrentam os desafios da perda de competitividade, queda na receita e aumento de despesas, sem a devida transparência sobre os resultados práticos das terceirizações milionárias em curso.
As informações são do portal Brasil Cooperado.
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Lenilton 23/04/2025
Esses conselheiros está parecendo uns conselhos, de um condomínio q eu conheço
Paulo Sa 22/04/2025
Não há uma vírgula da gestão passada que largou mais de 400 mil em dívida....
Waleska Gomes 21/04/2025
Meu Deus Unimed que trata da saúde do ser humano ser sucateada e ninguém toma ATITUDE . VERGONHA
Gaia 20/04/2025
Mesmo os escritórios atuais ganhando o triplo, era só do meu escritório que gostavam de falar que era super remunerado. Coincidentemente o único que tinha 3 mulheres no quadro societário. Perseguição com escritório que os donos vivem comprando magistrado, mpf e seu ninguém investiga.
Nelson Marcondes 20/04/2025
Tamos lascados ...
Maria Das Graças Andrade Bueno 20/04/2025
Meu Deus! Está Unimed, está sem controle e sem dono. Só desvio e roubalheira, uma festa com nosso dinheiro. Kade a diretoria, se é que tem.
6 comentários