Uma médica de 41 anos foi presa em flagrante na noite de domingo (22/6) após atacar com spray de pimenta três pessoas de uma mesma família — entre elas uma criança de dois anos — durante uma missa na Catedral Nossa Senhora do Desterro, em Jundiaí, no interior de São Paulo. O gás também provocou mal-estar em dezenas de fiéis, forçando a interrupção da celebração e a evacuação do templo.
De acordo com o boletim de ocorrência, ao qual o portal Metrópoles teve acesso, a médica se irritou ao ver a criança brincando no corredor da igreja e, sem aviso, usou o spray contra a empresária, o marido dela e a filha do casal. O jato atingiu diretamente o rosto da mãe e da criança, que passou a sofrer com fortes crises de tosse, vômitos e irritação nos olhos. O pai também foi atingido e caiu ao chão por conta da exposição ao agente químico.
O gás se espalhou rapidamente pelo ambiente, causando intoxicação em outros fiéis, incluindo uma gestante e um jovem de 27 anos. Diante do tumulto e dos sintomas de mal-estar generalizado, a missa foi interrompida e a catedral, evacuada. A empresária correu com a filha para o hospital, onde a criança recebeu os primeiros socorros.
À polícia, a médica alegou que se sentiu ameaçada pela mulher e usou o spray para se defender. No entanto, a autoridade policial considerou a versão da vítima mais coerente com os relatos de testemunhas e com a situação registrada no local.
"Percebe-se que o comportamento da autuada foi extremamente desproporcional e abjeto, colocando em risco não só a saúde da vítima pretendida, mas também dos demais munícipes que frequentavam a missa", descreve o documento policial.
Ainda segundo o boletim, após deixar a catedral, a médica teria utilizado o spray também contra pessoas em situação de rua nas proximidades. Revoltados, populares cercaram o carro dela e chegaram a danificar o veículo antes da chegada da Guarda Municipal, que efetuou a prisão.
O caso foi registrado como lesão corporal, lesão corporal contra menor de idade e uso de gás tóxico ou asfixiante. O spray foi apreendido, e a suspeita segue à disposição da Justiça..
Nota da Diocese
A Diocese de Jundiaí se manifestou em nota oficial, repudiando o episódio. “Tal ato, além de provocar tumulto e interromper a celebração eucarística, constitui grave violência contra o espírito de comunhão, respeito e fraternidade que deve sempre reinar nos espaços sagrados”, declarou o bispo Dom Arnaldo Carvalheiro Neto.
A igreja expressou solidariedade às vítimas e afirmou confiar às autoridades a devida apuração e punição do caso. “Que este triste episódio desperte em nossa sociedade um renovado compromisso com a paz, a tolerância e o cuidado mútuo”, concluiu a nota.
