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BRASIL Segunda-feira, 14 de Julho de 2025, 11:11 - A | A

Segunda-feira, 14 de Julho de 2025, 11h:11 - A | A

"CAGUETAGEM"

Gravações revelam racha no PCC e acusações de traição contra Marcola

Reportagem do Fantástico expôs áudios e depoimentos que mostram tensão entre líderes da facção; Marcola é acusado de “caguetagem” e de colaborar com autoridades

Da Redação

 

Gravações obtidas e exibidas pelo programa Fantástico, da TV Globo, na noite deste domingo (13), revelaram uma grave divisão interna no Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores organizações criminosas do país. De um lado está Marcos Willians Camacho, o Marcola, apontado como chefe máximo da facção. Do outro, nomes influentes como Abel Pacheco, conhecido como Vida Loka, e Roberto Soriano, o Tiriça, ambos detentos de alta periculosidade.

 

Os registros de áudio e vídeo mostram líderes do crime organizado chamando Marcola de traidor e acusando-o de colaborar com o sistema prisional. Em um dos áudios, atribuído a Marcola em conversa com um chefe de segurança da Penitenciária Federal de Porto Velho, o criminoso faz referência direta a Tiriça e critica assassinatos de agentes penitenciários. “Eu poderia me tornar um psicopata desses, igual o Soriano fez. Não é minha política, matar agente penitenciário”, afirma.

 

Esse material, segundo a reportagem, foi usado no julgamento de Roberto Soriano, condenado a 44 anos e oito meses de prisão pelo assassinato do agente penitenciário Alex Belarmino de Souza, morto em 2016 numa emboscada. Ao tomar conhecimento da gravação usada no processo, Marcola, durante conversa filmada com a esposa, se defendeu: “Falei que eu não tenho nada a ver com isso. O cara veio na maior conversinha comigo... Gravador escondido. E usaram isso no júri contra os caras.”

 

A tensão dentro da facção ficou ainda mais evidente durante os depoimentos colhidos no julgamento. Abel Pacheco, o Vida Loka, não poupou críticas: “O Marcola não vale nada. Ele é fraco, covarde. É um cagueta. O mundo do crime tem sua ética. Nós excluímos Marcola do crime. O crime de São Paulo não merecia essa vergonha.” Tiriça reforçou: “Ele pode mentir para se beneficiar, passar por bonzinho. Mas não deixa de ser cagueta.”

 

Outro episódio revelado pela reportagem mostrou Marcola em conversa com seu advogado, contando que teria sido chamado por um ex-diretor de penitenciária para “acalmar” presídios de São Paulo, atuando como mediador entre facção e gestão prisional. “Ele me buscava na RDD de Taubaté, me levava, deixava solto na penitenciária para que eu administrasse para ele. Eu falei: ‘Vou segurar as pontas, mas me transfiram para outro Estado’.”

 

A fala foi duramente criticada por Vida Loka. “Nunca ouvi algo tão absurdo. Um preso dizer que administrava penitenciária junto com diretor... Ele esqueceu que é bandido? Polícia é polícia, bandido é bandido. Deu um tapa na cara do crime”, disparou.

 

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