Na estrutura da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), os delegados exercem um papel fundamental como elo direto entre os produtores rurais dos núcleos regionais e a diretoria da entidade. Representando a base, esses líderes colaboram para garantir que as demandas do campo sejam ouvidas e assumem a responsabilidade de participar ativamente das pautas institucionais da Aprosoja Mato Grosso.
Mais do que representantes formais, os delegados são produtores que conhecem de perto os desafios do dia a dia no campo. Para a delegada coordenadora de Lucas do Rio Verde, Taisa Botton, de 27 anos, destaca que conciliar a rotina da produção com a responsabilidade de representar sua região é desafiador, mas marcante em sua trajetória como produtora rural.
“Olha, não é fácil. Mas nós temos uma base familiar muito boa, então nós trabalhamos entre família. O dia da nossa iniciação, que nós assumimos o posto, entender a Aprosoja MT e todos os Circuitos me marcaram, porque geralmente é quando se consegue reunir mais produtores e ter uma discussão em um contexto mais amplo e de pontos de vista diferentes”, destacou Taisa.
Segundo o vice-presidente Oeste da Aprosoja MT, Gilson Antunes de Melo, a atuação dos delegados coordenadores é decisiva para garantir que a entidade se mantenha próxima de sua base. “Os delegados são a voz do produtor dentro da entidade. Eles estão no dia a dia, produtores, eles sentem na pele tudo que o produtor passa lá no campo. E ele vem até a sede e desenha tudo que precisa ser feito para melhorar o trabalho da entidade juntamente com o produtor. Quando você tem um produtor falando para produtor, tem mais credibilidade porque é diferente quando você fala de uma coisa que você faz”, afirmou.
A atuação dos delegados fortalece o diálogo com a base e amplia a legitimidade da Aprosoja Mato Grosso. Para Taissa Botton, a escuta ativa que exercem junto aos produtores locais permite que as pautas cheguem à diretoria de forma mais precisa e com respaldo coletivo.
“Nós, produtores, sentimos falta de nos sentir ouvidos. Então, quando nós recebemos uma ligação para com um evento, a gente já olha com outros olhos. Então a gente tenta ao máximo manter esse contato mais pessoal. Ser produtora e delegada coordenadora mudou minha percepção para saber mais sobre como funciona a entidade, como que nós levamos a demanda, como que vai ser atendido. E dentro de Lucas do Rio Verde também deu diferença. Os produtores ouvirem, a sede nos ouvir”, ressaltou Taissa.
A delegada coordenadora de Campo Novo do Parecis, Clarete Brolio, de 59 anos, compartilhou um dos momentos marcantes de sua trajetória na função e destacou um dos principais desafios enfrentados.
“O que mais me marcou foi o primeiro CETCNO. E tanto de gente que participou, que eu vi jovens produtores participando ali, eu gostei muito de ver a participação. Os desafios que já enfrentei representando o núcleo, o maior desafio é trazer o produtor rural para estar junto com a gente. Eu gostaria de fazer alguma coisa para chamar mais a atenção do produtor rural, a maioria, estar junto nas reuniões dos núcleos, nas assembleias. Tem muitos produtores que ainda não se alertaram sobre a importância de estar junto”, contou.
Com dedicação, escuta ativa e presença constante, os delegados seguem sendo peças-chave na missão de defender os interesses dos produtores mato-grossenses e fortalecer a agricultura do estado.