Após fugir do Brasil e desafiar o Supremo Tribunal Federal, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) teve seu nome incluído na lista de procurados da Interpol. A decisão foi autorizada por Alexandre de Moraes, que aponta risco de novas ações criminosas e fuga da aplicação da lei.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) passou a figurar oficialmente, nesta quinta-feira (5), na lista de difusão vermelha da Interpol, mecanismo internacional usado para localização e prisão de foragidos da Justiça. A inclusão foi solicitada pela Polícia Federal e autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, com aval final de um comitê da Interpol sediado em Lyon, na França.
Zambelli anunciou na terça-feira (3) que deixou o país, e sua assessoria confirmou que ela está na Flórida, nos Estados Unidos. Para Moraes, a parlamentar fugiu “com o claro propósito de evitar a aplicação da lei penal”, citando o julgamento iminente de embargos contra sua condenação e a possibilidade de cassação do mandato.
A medida foi tomada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) alertar para risco de descumprimento da pena e continuidade de práticas criminosas. Na decisão, Moraes classificou as atitudes de Zambelli como “tentativas de enfraquecer instituições e atacar o Estado Democrático de Direito”, afirmando que ela segue insistindo na divulgação de fake news e no descrédito ao processo eleitoral e ao Judiciário.
Além do pedido de prisão internacional, o ministro determinou o bloqueio de bens, contas bancárias, suspensão de repasses da Câmara ao gabinete da parlamentar e a remoção de seus perfis nas redes sociais.
Em nota, Zambelli criticou a decisão, acusando Moraes de agir como “imperador” e prometeu denunciar o que considera “perseguição política” a fóruns internacionais: “O mundo precisa saber que, no Brasil, ministros do Supremo agem como imperadores, calando vozes e destruindo famílias”.
Apesar de a Interpol já ter recusado incluir nomes de bolsonaristas como Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio na lista vermelha, o nome de Zambelli foi aceito após análise e aprovação formal do comitê internacional.
A Câmara dos Deputados será notificada oficialmente. Caso a parlamentar seja presa, caberá ao plenário decidir se a prisão será mantida.
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