O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu nesta segunda-feira (29) a necessidade de enxugar a máquina pública e criticou o que chamou de excessiva interferência do Judiciário em assuntos de outros Poderes. A declaração foi feita durante um evento com empresários do grupo Esfera Brasil, em São Paulo.

Controle de gastos e eficiência do Estado
Motta afirmou que o crescimento econômico do país precisa vir acompanhado de um controle mais rigoroso das despesas públicas. Segundo ele, o modelo atual, sustentado principalmente pelo consumo e geração de empregos, carece de medidas para restringir gastos e modernizar a gestão pública.

Ele citou o esquema de fraudes de R$ 6 bilhões no INSS como exemplo de ineficiência e defendeu a aprovação da reforma administrativa como prioridade. “Não dá para ter uma máquina pública do tamanho que era 30 ou 40 anos atrás”, disse. O presidente da Câmara também propôs um modelo de serviço público baseado em metas, desempenho e uso de tecnologia.

Críticas ao Judiciário
Durante sua fala, Motta também fez críticas diretas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele, a atuação reiterada do Judiciário em temas que deveriam ser de competência do Legislativo compromete a harmonia entre os Poderes e provoca insegurança jurídica, o que desestimula investimentos.

“O Judiciário está se metendo em praticamente tudo, e isso não é bom para o país. Você não sabe como vai estabelecer o seu investimento”, afirmou, referindo-se, entre outros episódios, à decisão do STF que impede a Câmara de suspender o processo contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), investigado por tentativa de golpe.

Tensão institucional
As declarações de Motta evidenciam a tensão entre Câmara e Supremo, em meio a episódios recentes que ampliaram o debate sobre os limites de atuação entre os Poderes.

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