As movimentações políticas rumo às eleições presidenciais de 2026 começaram a aquecer os bastidores, mas não agradaram a todos os protagonistas da cena nacional.
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), reagiu com cautela às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou recentemente sua intenção de disputar mais um mandato e garantir um feito inédito: ser eleito presidente do Brasil pela quarta vez.
Durante entrevista nesta segunda-feira (7), no Palácio Paiaguás, Mendes disse que qualquer comemoração neste momento seria precipitada.
“É muito cedo para qualquer um comemorar uma vitória. Nem sabemos se ele vai realmente ser candidato, tampouco podemos prever o que a maioria do eleitorado brasileiro vai decidir”, ponderou o governador.
As palavras de Mendes referem-se à fala do presidente Lula feita na última sexta-feira (4), quando o petista declarou publicamente que planeja disputar as eleições de 2026. Segundo ele, seria a primeira vez que o Brasil teria “um presidente eleito quatro vezes”.
Apesar da postura crítica em relação ao presidente, Mendes evitou se comprometer com especulações sobre o próprio futuro político. Quando perguntado sobre a possibilidade de se candidatar ao Senado nas próximas eleições, foi categórico:
“Essa é uma decisão para março de 2026. Até lá, minha prioridade é governar Mato Grosso e cumprir com o que está em andamento”.
O momento de tensão política coincide com a pior avaliação de Lula desde que retornou ao Palácio do Planalto. De acordo com pesquisa Datafolha publicada em junho, 40% dos entrevistados consideram o governo atual ruim ou péssimo.
Apenas 28% o classificam como bom ou ótimo, enquanto 31% avaliam a gestão como regular. Além disso, metade da população (50%) disse desaprovar o trabalho do presidente, refletindo um desgaste em sua popularidade.
Mesmo com o calendário eleitoral ainda distante, as declarações de ambos os lados demonstram que a corrida presidencial já começou a se desenhar nos bastidores e com ela, a polarização que deve marcar mais uma disputa nacional.
