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POLICIAL Quinta-feira, 24 de Julho de 2025, 10:00 - A | A

Quinta-feira, 24 de Julho de 2025, 10h:00 - A | A

OPERAÇÃO RÁBULA

Polícia Civil cumpre mandados contra falso advogado e comparsas por fraudes e furtos a idosos

Aproveitando-se da confiança e com acesso às contas dos idosos, grupo criminoso contratou inúmeros empréstimos vultuosos causando grande prejuízo às vítimas

Da Redação

 

A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Roubos e Furtos de Várzea Grande (Derf-VG), realizou nesta quinta-feira (17) a primeira fase da Operação Rábula, visando cumprir mandados de prisão preventiva, busca e apreensão, além do bloqueio de cerca de R$ 300 mil em valores. A ação tem como alvo um grupo criminoso especializado em furtos qualificados por meio de fraudes eletrônicas praticadas contra idosos. Os mandados foram autorizados pela 5ª Vara Criminal de Várzea Grande, com apoio da 5ª Promotoria de Justiça local, e os recursos bloqueados serão destinados ao ressarcimento das vítimas.

 

O principal alvo da operação é um homem, de 31 anos, que se passava por advogado, apontado como líder do grupo criminoso. Dois homens, de 27 e 39 anos, foram identificados como seus comparsas e também são alvos de mandados, porém um deles não foi localizado e segue foragido. 

 

Modo de ação

 

As investigações iniciaram em março deste ano, com objetivo de desarticular um grupo criminoso que atua nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande e se dedica a prática de furto qualificado mediante fraude eletrônica, praticado contra idosos, em fase de aposentadoria ou benefício de prestação continuada. 

 

O líder do grupo criminoso se identificava para os idosos como sendo exímio advogado do ramo previdenciário, representante de um escritório de advocacia, mas na verdade se trata de bacharel em direito. Para convencer os idosos de que se tratava de advogado habilitado, procurava usar trajes sociais e linguagem técnica da advocacia. Nas visitas que realizava aos idosos, um de seus comparsas se passava por seu motorista. 

 

Para cooptar as vítimas, o falso advogado também costumava frequentar salões de beleza, igrejas, hospitais, locais onde acreditava que conseguiria encontrar idosos. Com a boa lábia, convencia funcionários ou pessoas que frequentavam os locais, que era um exímio advogado do ramo previdenciário, fazendo com que esses contatos o indicassem para outros conhecidos idosos. 

 

 

Furto mediante fraude

 

Com acesso às contas dos idosos, através do aplicativo bancário, o grupo criminoso contratou inúmeros empréstimos vultuosos, que variavam entre R$ 18 a R$ 24 mil, parcelados em até 96 vezes, de forma que, o prejuízo para os idosos era muito maior que o valor real dos empréstimos, em razão dos juros exorbitantes, fazendo com que, não sobrasse o mínimo para o idoso sobreviver. 

 

Uma das vítimas chegou a ter sua conta zerada, ou seja, quando o benefício entrou, foi abatido valor da parcela do empréstimo e de outras transferências efetivadas pelo grupo criminoso. 

 

Uma das vítimas pagou R$ 10 mil  pelos serviços advocatícios ao falso advogado e após ter deferida sua aposentadoria, recebeu um carnê do banco, referente ao financiamento de uma caminhonete Toyota Hilux, avaliada em R$ 278 mil. Uma outra vítima idosa, que teve todas as suas economias subtraídas, chegou a desenvolver síndrome do pânico e depressão, por medo do grupo criminoso estar monitorando sua residência.

 

Demais envolvidos

 

O comparsa do falso advogado, que se passava por seu motorista particular  e recebeu grande soma em dinheiro, oriunda das transferências efetivadas pelo líder do grupo criminoso, das contas dos idosos. O suspeito já ostenta condenação criminal pela prática de roubo majorado, com sentença transitada em julgado. 

 

O outro comparsa envolvido também recebeu alta quantia em dinheiro advinda das contas dos idosos vítimas, sendo contumaz nas práticas de crimes, possuindo dez registros criminais e ostenta cinco condenações pela prática de roubo majorado e uma condenação pela prática de porte ilegal de arma de fogo, com sentenças já transitadas em julgado.

 

Segundo a delegada responsável pelas investigações, Elaine Fernandes, a conduta dos investigados é de extrema crueldade, pois arranca dos idosos o pouco que recebem e que muitas vezes, mal dá para se alimentar, com dignidade.  Para a delegada, o prejuízo causado na vida das vítimas não é apenas de ordem patrimonial, mas, implica sobretudo, em abalo da saúde psíquica, pois muitos idosos passaram a ter o seu nome negativado, devido aos empréstimos que os indiciados efetivaram em suas contas bancárias. 

 

‘É indignante saber que, um idoso que trabalhou a vida inteira para se aposentar e receber um mísero benefício, tenha que, continuar trabalhando para sustentar a sua família com dignidade, enquanto homens jovens e saudáveis para trabalhar, escolhem ludibriar pessoas vulneráveis para tirar delas o pouco que recebem, após uma vida inteira de muito suor derramado”, disse a delegada. 

 

Rábula

 

O nome da operação faz referência ao principal investigado que se passava por advogado legítimo para ludibriar  as vítimas idosas. 

 

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