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POLICIAL Segunda-feira, 30 de Junho de 2025, 14:17 - A | A

Segunda-feira, 30 de Junho de 2025, 14h:17 - A | A

ASSASSINATO PLANEJADO

Assassinato de advogado em Cuiabá foi executado após meses de treino com arma automática, segundo investigação

O crime foi cometido por Alex Roberto de Queiroz Silva, que havia sido treinado e preparado para a execução sob a orientação direta do policial militar Heron Teixeira Pena Vieira

ALISSON OLIVEIRA

 

Uma denúncia apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) revelou novos e impactantes detalhes sobre o assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em 5 de julho de 2024, em Cuiabá.

 

O crime foi cometido por Alex Roberto de Queiroz Silva, que havia sido treinado e preparado para a execução sob a orientação direta do policial militar Heron Teixeira Pena Vieira.

 

Alex, que trabalhava como caseiro e montador de móveis, teria passado meses realizando treinamentos com uma pistola Glock 9 mm  adaptada para disparos em rajada em uma chácara arrendada pelo próprio Heron, em Várzea Grande.

 

Ele treinava com garrafas e tábuas, a diferentes distâncias, para aumentar sua precisão com a arma. O local serviu ainda como esconderijo após a execução do crime.

 

O assassinato ocorreu em frente ao escritório da vítima, na Avenida Fernando Corrêa.

 

Renato Nery foi surpreendido ao subir as escadas de acesso ao prédio, momento em que Alex disparou sete vezes em modo automático, mirando diretamente na cabeça da vítima. A brutalidade e a ousadia do ataque  realizado em via pública, durante o horário comercial  expuseram a população ao risco e chocaram a comunidade jurídica.

 

Após cometer o homicídio, Alex fugiu, queimou as roupas usadas no crime e trocou de celular repetidamente, numa tentativa de evitar rastreamento pelas autoridades.

 

Mesmo assim, as investigações avançaram rapidamente. Conversas encontradas em seu telefone indicam proximidade com o PM Heron, que chegou a presenteá-lo com um celular novo e demonstrava tranquilidade ao recebê-lo em casa, como relatado pelo próprio executor.

 

A apuração do Ministério Público indica ainda que os dois receberam R$ 200 mil pela execução, sendo R$ 40 mil destinados ao atirador. A motivação teria ligação direta com uma disputa fundiária bilionária no município de Novo São Joaquim, onde Nery atuava judicialmente.

 

Após obter decisões que bloquearam pagamentos milionários de arrendamentos da terra, o advogado tornou-se alvo de um suposto “escritório do crime”, com ramificações no empresariado e em setores da segurança pública.

 

O caso não se encerra com os dois principais envolvidos. A Polícia Civil identificou como mandantes um casal de empresários de Primavera do Leste, além de outros policiais militares que teriam intermediado e auxiliado o crime, inclusive tentando forjar uma situação para eliminar a arma do assassinato.

 

Parte desses agentes está presa e outra responde em liberdade com medidas cautelares.

 

O homicídio de Renato Nery escancarou uma rede de interesses financeiros, corrupção policial e articulação criminosa que ainda está sob análise das autoridades. 

 

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